Moradores de Misurata, terceira maior cidade da Líbia, 200 quilômetros a leste de Trípoli, afirmaram hoje que as forças do governante Muamar Kadafi estão atacando duramente a cidade para retomar a área. O governo realiza ataques na região há três semanas. Nesse período, Misurata teve um experimento bem-sucedido de governo próprio, e caso resista às ofensivas pode se tornar um vívido contraponto ao caos prometido por Kadafi caso ele fosse retirado do poder à força.
Os moradores de Misurata têm uma reputação entre os líbios de serem econômicos e empreendedores, bem como de a cidade ser uma comunidade bastante unida. Um membro da milícia da cidade, Ahmad disse que não há um contato entre as lideranças de Misurata e Benghazi, principal cidade dos rebeldes e segunda do país.
Autoridades da Líbia admitiram hoje que rebeldes capturaram um petroleiro estatal e forçaram a embarcação a seguir para o porto de Tobruk, no leste do país. O petroleiro, chamado Anouar Ifrikia, foi capturado por "terroristas da Al-Qaeda... que forçaram a tripulação a seguir para o porto de Al-Hrika, em Tobruk, sob a ameaça de armas", disse um funcionário da National Oil Corp.
Segundo o ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, há vários países árabes dispostos a ter um papel ativo em uma operação militar contra Kadafi. A declaração de Juppé foi dada em seu site oficial, porém sem citar nenhuma nação específica. A França defende a ideia de ataques localizados na Líbia para ajudar a derrubar Kadafi.
Ontem, o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que Moscou não pretende tomar uma decisão do tipo antes de obter mais "informação concreta" dos países árabes sobre possíveis ações. Na semana passada, a Liga Árabe pediu à Organização Nações Unidas (ONU) que garantam a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Com isso, as forças oficiais não poderiam lançar ataques aéreos contra os rebeldes.
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