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Rebeldes líbios disseram que as forças do chefe de Estado, Muammar Kadafi, bombardearam Misrata neste domingo, matando seis pessoas. Refugiados afirmaram que as condições dentro da sitiada cidade líbia estão se tornando cada vez mais desesperadoras.

Porta-voz dos rebeldes, Abdel Basset Mezerik afirmou à emissora de televisão Al Jazeera que pelo menos 47 pessoas foram feridas pela manhã em bombardeios no único grande reduto rebelde do oeste do país.

A terceira maior cidade da Líbia está sitiada por tropas leais a Kadafi há cerca de sete semanas. Acredita-se que centenas de pessoas morreram no local.

Outro porta-voz dos rebeldes, chamado Abdelsalam, disse à Reuters que havia conflitos nos arredores da principal via da cidade, a Rua Trípoli, e em uma estrada usada por pesados caminhões de transporte no leste, agora fechada para o tráfego devido aos combates.

"Atiradores (na rua Trípoli) estão disparando em todas as direções", afirmou. "Por três dias, foi bem duro. As tropas de Kadafi estão lançando poderosos ataques. Eles estão disparando artilharia, morteiros."

Os rebeldes afirmaram neste sábado que as forças do governo castigaram a cidade com bombas disparadas por morteiros e foguetes. O alvo foi uma fábrica de laticínios, um dia depois de um grupo ocidental de defesa dos direitos humanos ter acusado homens de Kadafi de usar as perigosas bombas de cacho. A Líbia negou tal acusação.

Autoridades líbias dizem que estão enfrentando milícias armadas, ligadas à Al Qaeda e que têm como objetivo destruir o país. Elas negaram que as tropas do governo estejam bombardeando Misrata.

Mas refugiados que chegaram à vizinha Tunísia no fim de semana, incluindo pelo menos um rebelde ferido, disseram que a cidade é alvo dia e noite.

"Todos os dias pessoas estão morrendo", afirmou um adolescente deitado em uma cama de hospital na cidade de Sfax, na Tunísia. Ele e outras dezenas de feridos foram levados à nação vizinha por um barco operado pela entidade Médicos Sem Fronteiras.

Ele afirmou que decidiu ir às armas depois do aumento dos combates, no mês passado, mas o disparo de um atirador o feriu no estômago e na coxa. "Comecei a lutar porque todo mundo estava lutando", disse o jovem de 17 anos, que pediu para não ser identificado.

A Médicos Sem Fronteiras retirou 99 pessoas da cidade na sexta-feira, das quais 64 estavam feridas, a maioria por tiros ou estilhaços de metralhadoras.

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