Paris As forças de paz da Organização das Nações Unidas terão o direito de abrir fogo em autodefesa e para proteger civis. A informação foi publicada pelo jornal francês Le Monde e é parte de um documento provisório acerca do mandato das tropas no Líbano.
Por outro lado, os soldados a primeira leva, com 3,5 mil soldados, deve ser enviada em duas semanas não poderão agir para desarmar o Hezbollah, acrescenta a reportagem.
O Le Monde explica ter obtido uma cópia do documento, classificado como restrito à ONU. Funcionários dos Ministérios do Exterior e da Defesa franceses se recusaram a comentar a reportagem.
A definição dos objetivos das tropas é condição essencial para que a ONU consiga reunir 13 mil soldados, com o objetivo de ampliar suas ações no Líbano, hoje desenvolvidas por 2 mil. Os países ocidentais dizem que não vão colaborar se houver risco de as tropas se envolverem no conflito entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah. A Anistia Internacional acusou Israel de ter cometido crimes de guerra no Líbano, quebrando a lei internacional ao destruir deliberadamente a infra-estrutura civil do país durante sua recente guerra contra o Hezbollah.
O respeitado grupo de direitos humanos afirmou que evidências iniciais, como o padrão e a extensão dos ataques israelenses, o alto número de vítimas civis, danos generalizados e comunicados de oficiais israelenses "indicam que tal destruição foi deliberada e parte de uma estratégia militar, ao invés de danos colaterais".
Crime de guerra
Não há garantias por parte da ONU, por enquanto, de que Israel e o Hezbollah vão respeitar os soldados estrangeiros. A Anistia Internacional, cujos delegados monitoraram os combates tanto em Israel quanto no Líbano, afirmou que o Estado judeu violou leis internacionais que proíbem ataques diretos a civis assim como ataques indiscriminados e desproporcionais. Nessas condições, os países ocidentais temem pela vida de seus enviados.
Israel alega que tentava atingir redutos do Hezbollah. A Anistia exortou as Nações Unias a averiguar se os dois lados, Israel e o Hezbollah, cometeram crimes de guerra. O relatório da organização sobre os ataques do Hezbollah ainda não foi divulgado.