As forças de segurança da Síria dispararam nesta terça-feira contra milhares de manifestantes na cidade de Homs. Horas antes, as autoridades afirmaram que pretendem reprimir uma possível revolta armada no país. "Houve forte tiroteio", disse um ativista por telefone em Damasco, afirmando que a manifestação foi interrompida com o uso da força. Ela não soube informar, porém, se há mortos ou feridos.
De acordo com informações do ativista local, as forças de segurança foram em grande número à Praça Al-Saa, onde 20 mil pessoas começaram uma manifestação pela renúncia do presidente sírio, Bashar Assad. Na segunda-feira, chegaram à Praça Al-Saa milhares de manifestantes. No domingo, foram mortas 11 pessoas pelas forças de segurança em Homs e em uma cidade próxima, durante um dia de grandes protestos.
Um comunicado do Ministério do Interior acusou esses manifestantes de matar soldados, policiais e civis e de atacar propriedades públicas e privadas, advertindo que "suas atividades terroristas não serão toleradas". "Os últimos incidentes mostram que grupos salafistas armados na cidade de Homs e Banias convocaram abertamente uma revolta armada", afirmou a nota do governo.
Os protestos na Síria são inspirados pelos levantes populares que derrubaram ditadores na Tunísia e no Egito. Para os manifestantes, a promessa feita por Assad no fim de semana de acabar com uma rígida lei de emergência é pouco, e eles exigem a libertação de todos os presos políticos e o fim das prisões arbitrárias.
O movimento imita o ocorrido na Praça Tahrir no Egito, quando 18 dias de protestos forçaram o presidente Hosni Mubarak a renunciar em fevereiro. Os manifestantes sírios até rebatizaram a praça onde estavam para Praça Tahrir.
Assad sucedeu seu pai, Hafez Assad, que morreu em 2000. Os protestos ocorrem na Síria desde 15 de março. O país vive em estado de emergência desde 1963, quando o Partido Baath chegou ao poder. Pelo menos 200 pessoas foram mortas pelas forças de segurança desde o início dos protestos na Síria, segundo a Anistia Internacional. As informações são da Dow Jones.
Clima e super-ricos: vitória de Trump seria revés para pautas internacionais de Lula
Nos EUA, parlamentares de direita tentam estreitar laços com Trump
Governo Lula acompanha com atenção a eleição nos EUA; ouça o podcast
Pressionado a cortar gastos, Lula se vê entre desagradar aliados e acalmar mercado
Deixe sua opinião