As forças de segurança sírias mataram a tiros sete manifestantes contrários ao governo, segundo ativistas pelos direitos humanos. Três civis foram mortos no distrito de Qabun, em Damasco, e outros dois na área de Bosra al-Harir, na província de Deraa, sul do país, epicentro dos protestos pela democracia que ocorrem na Síria desde março.
Uma sexta pessoa foi morta a tiros em Latakia, uma cidade costeira, informou Rami Abdel Rahman, chefe do grupo sediado em Londres Observatório Sírio para os Direitos Humanos, falando por telefone da Nicósia. A sétima morte ocorreu perto de Al-Sirmanya na província de Idlib, noroeste do país, disse outro ativista pelos direitos humanos à France Presse, pedindo anonimato. Idlib tem sido palco de uma grande repressão das forças de segurança nos últimos dias.
Nesta sexta-feira (10), o Exército sírio lançou uma repressão contra gangues armadas na cidade de Jisr al-Shughur, em Idlib, onde autoridades disseram que 120 policiais e soldados foram massacrados mais cedo nesta semana. "As unidades do Exército iniciaram sua missão para controlar Jisr al-Shughur e as vilas vizinhas e prender gangues armadas", afirmou a televisão estatal. Segundo a TV oficial, a operação foi lançada "a pedido dos moradores".
Ativistas pelos direitos humanos disseram que mais de 50 mil moradores de Jisr al-Shughur fugiram - muitos para a vizinha Turquia - quando tanques e soldados começaram a se concentrar nas proximidades da cidade do noroeste do país. Segundo eles, a cidade estava praticamente deserta.
A televisão estatal culpou na quarta-feira "gangues terroristas armadas" pela violência na região. Segundo o governo, 120 soldados e policiais morreram na cidade. Porém ativistas da oposição disseram que as mortes foram fruto de um motim de tropas que se recusavam a reprimir manifestantes. Os protestos contra o governo começaram em março na Síria. Mais de 1.100 civis, incluindo dezenas de crianças, foram mortos na repressão, segundo ativistas pelos direitos humanos.
A ação oficial ocorre no momento em que o regime do presidente Bashar Assad enfrenta pressão internacional por causa da repressão. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou o regime sírio de perpetrar uma "atrocidade" contra manifestantes, informou a agência de notícias Anatólia nesta sexta-feira. "Infelizmente, eles (líderes sírios) não se comportam de modo humano", afirmou Erdogan. Ele disse que conversou com Assad há alguns dias, porém o líder sírio subestima a situação, qualificada por Erdogan como "inaceitável". As informações são da Dow Jones.
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