Forças leais ao líder líbio Muamar Kadafi dispararam pelo menos cem foguetes Grad contra Misrata no sábado, disse um porta-voz rebelde, no terceiro dia de bombardeio pesado na cidade controlada pelos rebeldes.
Misrata é a única área significativa controlada pelos rebeldes na parte ocidental da Líbia. Forças pró-Kadafi fizeram o cerco por sete semanas depois que várias cidades do litoral se levantaram contra o regime de quatro décadas do líder líbio, em meados de fevereiro.
"Eles dispararam Grads na área industrial, esta manhã. Pelo menos cem foguetes foram disparados. Não houve registro de vítimas," disse Abdelbasset Abu Mzereiq à Reuters por telefone.
No leste, o líder dos militares rebeldes, Abdel Fattah Younes, disse que suas forças estavam envolvidos em combates pesados em Brega, a oeste de Benghazi, e disse que teria "boas notícias" em breve.
"Temos pessoas posicionados na entrada de Brega, que conseguiram deter alguns franco-atiradores. Basicamente, neutralizamos as forças de Kadafi na fronteira oriental," disse o comandante rebelde Jibril Mohammed Jibril no sábado, nos arredores de Ajdabiyah, a cidade mais próxima de Brega ainda sob controle dos rebeldes.
Um rebelde na entrada Ajdabiyah disse que seus homens ainda estavam sendo emboscados por forças do governo na estrada principal que liga as duas cidades. Tiroteios eram ouvido na direção do Brega, mas ele não soube dizer quem estava atirando.
DESESPERO PELA FUGA
Mais de cem foguetes foram lançados contra Misrata na sexta-feira também, e os rebeldes disseram que as forças do governo tinham atingido o centro da cidade.
A ONG Human Rights Watch afirmou ter indícios de que as forças de Khadafi teriam lançado bombas de fragmentação contra áreas residenciais de Misrata. A ONG publicou fotos do que alega serem bombas de fragmentação produzidas em Espanha.
Esse tipo de armamento solta granadas que explodem em fragmentos, com o objetivo de matar o máximo de pessoas.
O porta-voz rebelde Abdelsalam, em Misrata, disse que as forças pró-Kadhafi tinham bombardeado a estrada que leva ao porto, na sexta-feira, matando oito pessoas. O porto é um refúgio para civis e o principal ponto de entrada para as agências humanitárias internacionais.
"Hoje foi duro... As forças de Kadhafi entraram na rua Trípoli e na rua Nakl al Theqeel," disse ele por telefone, referindo-se a uma avenida de Misrata.
"Testemunhas disseram ter visto soldados pró-Kadhafi a pé no centro da cidade hoje. Com exceção dos franco-atiradores, eles geralmente ficam dentro de tanques e veículos blindados," disse o porta-voz.
Um helicóptero de reconhecimento do governo tinha sobrevoado a cidade, disse ele, apesar de uma zona de exclusão de voo ordenada pelo Conselho de Segurança da ONU e executada por aviões da Otan.
Na noite de sexta-feira, um navio de auxílio trouxe cerca de 1.200 desabrigados de Misrata à cidade líbia de Benghazi. Eles reperesentam apenas uma pequena parcela das pessoas detidas e desesperadas para escapar, um funcionário da Organização Internacional para as Migrações (OIM) disse.
Cerca de dez mil pessoas ainda precisam ser retirados de Misrata, disse o coordenador da OIM Jeremy Haslam. Os bombardeios continuam impedindo a entrada em muitas áreas da cidade, disse ele.
BECO SEM SAÍDA
Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, reconheceu que a situação militar em solo na Líbia chegou a um impasse com três semanas de guerra, mas disse esperar que os aliados da Otan forcem a saída de Kadafi do poder em breve.
Obama, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, publicaram um artigo de jornal em colaboração, prometendo continuar sua campanha militar até Kadhafi cair.
Eles reconheceram que seu objetivo de mudança de regime vai além da proteção de civis, o que é permitido por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, mas disseram que os líbios nunca ficariam em segurança sob Kadafi.
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