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As forças iemenitas anunciaram na terça-feira a morte de dez militantes da Al Qaeda que haviam atacado um acampamento militar nos arredores de Zinjibar, no sul do país, enquanto o grupo islâmico divulgou uma mensagem prometendo continuar lutando.

Nos últimos meses, os militantes já assumiram o controle de várias localidades na província de Abyan, região próxima a um corredor marítimo por onde passam 3 milhões de barris de petróleo por dia. Os EUA e a Arábia Saudita temem que a Al Qaeda esteja aproveitando os distúrbios políticos no país para se expandir no Iêmen.

Oficialmente, a Al Qaeda na Península Arábica não se vinculou aos combates em Abyan nem confirmou mortes de integrantes seus. Mas na terça-feira o grupo divulgou uma gravação dirigida ao dirigente da Al Qaeda global, Ayman al-Zawahiri.

"Nossa situação é boa, graças a Deus, e estamos progredindo bem em nível local e internacional, segundo nosso plano", disse o líder da "filial" iemenita, Nasser al-Wuhayshi, na gravação divulgada por sites islâmicos.

"Não vamos ficar de mãos atadas ... nossa guerra contra a campanha sionista e cruzada continua, porque foram eles que escolheram a guerra", afirmou.

Não foi possível verificar a autenticidade da gravação, mas a voz era semelhante à de outras mensagens do líder militante.

O Iêmen convive com protestos diários contra o governo do presidente Ali Abdullah Saleh, que está na Arábia Saudita desde o mês passado recuperando-se de queimaduras sofridas durante um ataque ao seu palácio. Saleh, há 33 anos no poder, promete voltar.

A oposição acusa Saleh de fazer vista grossa ao avanço dos militantes para convencer os governos ocidentais de que só ele é capaz de impedir o domínio da Al Qaeda sobre o Iêmen.

O Exército lançou uma ofensiva contra os militantes de Abyan na semana passada, mas até agora recuperou só uma instalação militar. Uma fonte do Exército disse, pedindo anonimato, que a Al Qaeda atacou um acampamento militar na noite de segunda-feira.

"Os dez militantes foram mortos por foguetes pesados antes que conseguissem chegar ao acampamento militar", disse essa fonte, acrescentando que um dos mortos era um militante de alto escalão.

Analistas dizem que muitos dos mortos nas últimas semanas talvez sejam integrantes de outros grupos que não a Al Qaeda.

"Não seria uma surpresa para mim que sejam militantes puritanos que desejam ver uma maior adesão àquilo que eles consideram serem os valores islâmicos, mas que não necessariamente compartilham da agenda transnacional da Al Qaeda da Península Árabe (o braço iemenita do grupo)", disse Jeremy Binnie, analista de segurança da britânica IHS Jane's.

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