Uma pequena força terrestre de Israel apioiada por escavadeiras entrou no sul da Faixa de Gaza na madrugada desta sexta-feira, aumentando a tensão iniciada na terça-feira com o lançamento de foguetes palestinos contra uma base de treinamento do Exército de Israel. O governo do Hamas, que controla Gaza desde junho, havia pedido às milícias palestinas que "evitem" lançar foguetes contra a fronteira com Israel durante o mês do Ramadã - mês sagrado muçulmano que, para os palestinos começou na quinta-feira -, mas a trégua não evitou a operação israelense. Até o momento, não há informações sobre danos ou feridos.
Um porta-voz do Exército israelense confirmou a atividade militar na área contra o que classificou de "ameaças terroristas". De acordo com os residentes, as forças de Israel incluem tanques e outros veículos blindados.
Forças israelenses costumam realizar operações nas áreas de fronteira, mas nos últimos dias as tensões entre Israel e palestinos aumentaram fortemente. Na quinta-feira, ao menos um extremista da Jihad Islâmica ficou ferido quando um míssil israelense atingiu um carro no norte de Gaza. O ataque israelense ocorreu dois dias depois de o grupo radical ter assumido responsabilidade por disparar um foguete que feriu pelo menos 69 soldados israelenses em um campo de treinamento.
Jerusalém é outro foco de tensão nesta sexta-feira. As forças de Israel impediram que milhares de palestinos originários da Cisjordânia rezassem na mesquita de Al-Aqsa, uma das mais importantes para os muçulmanos, no primeiro dia do Ramadã.
Este ano, o mês sagrado do Ramadã - em que muçulmanos não podem comer, beber e ter relação sexual do amanhecer até o anoitecer - coincide com o feriado do Ano Novo judaico, um período em que Israel costuma fechar acesso para a massa de palestinos que vem da Cisjordânia a fim de evitar tensões nos locais sagrados de Jerusalém.
Pedido por operação em grande escala
Os dois foguetes Qassam lançados da Faixa de Gaza na madrugada de terça-feira produziram o maior número de vítimas em um ataque do gênero nos últimos sete anos, segundo fontes militares. O chefe da oposição parlamentar israelense, Benjamin Netanyahu, ex-premier e líder do partido nacionalista Likud, exigiu que o governo respondesse com uma operação de grande escala em Gaza, afirmando que a invasão é a única solução para impedir novos lançamentos de foguetes no território controlado pelo grupo islâmico radical Hamas.
Na quinta-feira, o Hamas pediu a suspensão dos ataques aos postos de controle na fronteira com Israel, para que a entrada de produtos básicos não seja prejudicada. Mas os Comitês Populares de Resistência (CPR) anunciaram que, nos próximos 30 dias, vão intensificar o lançamento de foguetes artesanais contra o sul de Israel.
"Mensagens de morte" é como a milícia, num comunicado, batizou a campanha de ataques, que terá como alvos as cidades israelenses próximas a Gaza e bases militares que circundam o território. "A operação é uma resposta aos crimes israelenses contra o nosso povo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e afirma a continuidade da resistência", diz na nota o grupo, integrado por dissidentes de outras milícias.
O governo israelense prepara um plano para interromper o fornecimento de água, combustível e eletricidade a Gaza, origem do contínuo lançamento de foguetes artesanais. Embora não cause muitas mortes, os projéteis lançados por insurgentes palestinos geram grande preocupação nas localidades e kibutz próximos, que vêm pressionando o governo israelense a tomar medidas contra esses ataques.
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