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O comandante de campo de uma das milícias regulares da Líbia, Farash al Suheili, afirmou nesta terça-feira (23) à Agência Efe que suas tropas tomaram o controle da cidade de Bani Walid, após quase três semanas de confrontos com milicianos que apoiavam Kadafi. "Controlamos Bani Walid totalmente, já não há combates", disse à Efe por telefone enquanto ao fundo era possível escutar gritos e cânticos para Alá.

O líder miliciano Miftaf Abulika, que disse encontrar-se junto ao hospital da cidade, indicou que os homens armados que resistiam dentro de Bani Walid tinham fugido e que agora as milícias estavam vasculhando a área na busca por combatentes.

Os milicianos recuperaram a cidade após um ataque de vários dias e uma rápida ofensiva acompanhada por fogo de artilharia, como pôde constatar a Efe. Horas antes, um oficial postado na frente de Wadi Dinar tinha assegurado à Efe que as forças regulares esperavam poder pôr fim a esta crise antes da sexta-feira, primeiro dia do Eid al-Adha (Festa do Sacrifício).

Nesta manhã, os combates entre milicianos e forças regulares líbias, que começaram no início do mês, continuavam de maneira esporádica nos arredores da cidade.

Ainda não há confirmação oficial da tomada desta cidade, uma das últimas fortificações do ditador Muammar Kadafi a cair nas mãos dos rebeldes e berço da tribo Warfala, uma das maiores do país.

A ofensiva esteve rodeada de confusão desde seus primeiros compassos, com acusações por parte dos moradores de bombardeios indiscriminados contra a população civil, fato negado pela principal autoridade do país, Mohamed Yousef el Magariaf, em discurso transmitido no último dia 19.

Além disso, durante os combates, cujo balanço de vítimas se desconhece, foi anunciada a detenção do último porta-voz do regime d Kadafi, Moussa Ibrahim, e a morte do filho mais novo do ex-ditador, Khamis.

No entanto, a veracidade destas informações, confirmadas em um primeiro momento por fontes oficiais, ficou posteriormente em interdição pela ausência de provas. Os combates forçaram um grande número de famílias e de trabalhadores estrangeiros a abandonar a cidade, muitos deles a pé e quase sem pertences, que foram amparados em cidades próximas como Tarhuna.

As relações entre as autoridades e as milícias de cidades próximas a Bani Walid, especialmente Misrata, se mantiveram tensas desde a queda de regime de Muammar Kadafi, em outubro do ano passado.

Círculos oficiais e rebeldes acusaram os insurgentes de Bani Walid de fidelidade ao coronel Kadafi e de dar cobertura a fugitivos da Justiça, que o Exército quer agora capturar.

Por sua parte, Bani Walid acusa as forças regulares, especialmente as milícias da cidade litorânea de Misrata, de revanchismo e de pretender aniquilar os moradores desta cidade.

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