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Conflito

Forças lideradas pelos EUA matam 70 rebeldes talebans

Afeganistão (Das agências internacionais) – Tropas das forças da coalizão liderada pelos Estados Unidos mataram cerca de 70 supostos rebeldes do Taleban durante combates no sul do Afeganistão, informou ontem o comando militar americano. O Afeganistão está enfrentando a pior onda de violência desde que as forças dos EUA derrubaram o regime do Taleban em 2001.

A divulgação do número de 70 mortos foi feita dois dias após o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, ter criticado a estratégia de combate ao Taleban adotada pela comunidade internacional.

As duas operações cujos resultados foram divulgados ontem ocorreram na sexta-feira.

Em uma delas, forças da coalizão, operando com o exército afegão, travaram uma batalha de três horas contra um grupo de rebeldes no distrito de Zharie, localizado na província de Kandahar.

Na segunda operação, que durou cinco horas, rebeldes do Taleban foram atacados na província de Uruzgan, vizinha à província de Kandahar.

Desde meados de maio, centenas de pessoas foram mortas em ofensivas contra focos rebeldes ligados ao antigo regime.

"Não podemos aceitar que tantos afegãos estejam morrendo em meio a combates. Nas últimas três ou quatro semanas, de 500 a 600 pessoas foram assassinadas. Mesmo sendo talebans, são filhos desta terra", disse Karzai, em entrevista coletiva na quinta-feira.

O presidente afegão argumentou que a estratégia de "caçar" militantes não atinge as raízes do terrorismo.

"Devemos nos engajar estrategicamente para desarmar o terrorismo, cortando suas fontes de financiamento, treinamento, equipamento e motivação", declarou.

Mais de mil pessoas, incluindo aproximadamente 40 soldados estrangeiros, já morreram neste ano no conflito. Somente em maio, cerca de 400 pessoas foram mortas em confrontos no Afeganistão.

Tropas estrangeiras

Na quinta-feira, no mesmo dia em que Karzai expressou seu descontentamento com a estratégia anti-Taleban, foi divulgado na internet um vídeo em que o segundo homem na hierarquia da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, conclamava os afegãos a engrossar as fileiras da resistência e a desafiar os "invasores" do Afeganistão – referência às tropas ocidentais presentes no país desde 2001.

Hamid Karzai responsabilizou Al-Zawahiri pelo recrudescimento da violência.

"Ele é, antes de tudo, inimigo do povo afegão, e, então, inimigo do resto do mundo. Nós no Afeganistão o queremos preso e levado à Justiça."

As forças afegãs e de coalizão se concentram na captura de integrantes da rede terrorista Al Qaeda ao longo da fronteira paquistanesa desde abril. Acredita-se que o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, e o médico egípcio Ayman al Zawahiri, número dois da rede terrorista, estejam escondidos em algum ponto da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.

No início de junho, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) anunciou que vai levar adiante um plano de quase dobrar o número de soldados no Afeganistão.

Os novos planos prevêem que a força militar passe de 9,7 mil para 17 mil soldados nas próximas semanas.

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