Artilharia pesada e explosões marcaram o sábado na capital da República Democrática do Congo, em novos confrontos entre as forças dos candidatos que disputaram as eleições de 29 de outubro. O pleito visava dar fim a uma década de guerra no país.
``Se isso continuar, o Exército terá de intervir para restaurar a ordem'', afirmou o ministro do Interior, Denis Kalume, à Reuters.
Os resultados finais das eleições ainda não foram divulgados, mas o grupo do vice-presidente Jean-Pierre Bemba tem denunciado irregularidades e disse neste sábado que detectou uma fraude que afetaria 1 milhão de votos.
Os tiroteios recomeçaram no meio da manhã, ao redor do gabinete de Bemba, numa das principais vias da capital, onde os simpatizantes do vice-presidente têm organizado uma série de pequenas manifestações nos últimos dias.
``A polícia estava tentando dispersar os jovens e, quando conseguiram, acharam homens armados por trás. Fazemos um apelo para que o vice-presidente restaure a ordem, ou então vamos enviar as forças de segurança'', declarou o ministro Kalume.
Alguns homens de Bemba afirmaram que lutam contra a polícia e contra a Guarda Republicana, do presidente Joseph Kabila, embora Kalume diga que as tropas de elite ainda não estão sendo usadas.
Forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Europa moveram-se para a área. Nas últimas semanas, elas intensificaram a vigilância e reforçaram as suas posições em Kinshasa, num esforço para evitar as batalhas entre os homens de Bemba e Kabila, registradas em agosto.
A população de Kinshasa apóia majoritariamente Bemba. Resultados parciais das eleições, divulgados pela comissão eleitoral e compilados por diplomatas e observadores, mostram o favorito Kabila com 60 por cento dos votos.
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