Forças governamentais e milícias leais ao presidente Bashar al Assad invadiram na quinta-feira (2) a localidade litorânea de Baida, matando pelo menos 50 pessoas, incluindo mulheres e crianças, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
O grupo, que funciona na Grã-Bretanha e difunde relatos de ativistas de oposição, disse que o número de mortos pode superar os 100. Muitas das vítimas parecem ter sido executadas a tiros ou facadas, e outros corpos foram queimados, disse a entidade. Por causa das restrições do governo ao trabalho da imprensa, não foi possível verificar esses relatos de forma independente.
Horas antes, rebeldes atacaram um ônibus cheio de milicianos pró-Assad, matando pelo menos 6 e ferindo 20. Em resposta, as forças do governo e os milicianos cercaram Baida e a vizinha Maqreb, perto da cidade de Banias, e as bombardearam com morteiros, antes de invadirem Baida.
O litoral sírio é um reduto da seita alauíta, uma minoria à qual Assad pertence. Baida foi o cenário de um dos primeiros confrontos sectários do atual conflito, há cerca de dois anos, quando milicianos alauítas atacaram manifestantes da maioria sunita, matando sete pessoas. A cidade de Bania e aldeias do seu entorno formam um bolsão da maioria sunita, cercado por localidades alauítas.
Os sunitas, que são maioria na Síria, são a principal força por trás da rebelião contra Assad. Confrontos sectários e acusações de massacre são cada vez mais comuns em um conflito que já matou mais de 70 mil pessoas.
O Observatório disse que, após a ofensiva de quinta-feira, "o destino de dezenas de residentes é ainda desconhecido", e que "várias casas foram destruídas por forças do regime e pistoleiros legalistas de aldeias alauítas vizinhas. A informação ainda é escassa porque as linhas telefônicas e de Internet foram cortadas".
As forças governamentais e milícias aliadas parecem ter feito avanços substanciais nas últimas semanas, ocupando vários subúrbios nos arredores de Damasco e recapturando territórios na província de Homs, berço da insurgência armada.
Na quinta-feira, as forças pró-Assad retomaram um bairro central da cidade de Homs, numa ofensiva que o Observatório diz ter sido apoiada por coordenadores iranianos e o grupo libanês Hezbollah.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura