Forças sírias leais ao presidente Bashar al-Assad impediram uma tentativa dos rebeldes de tomar a única passagem de fronteira aberta entre a Síria e Israel nesta quinta-feira (6), enquanto tropas do Exército buscaram assegurar ganhos estratégicos mais ao norte.
Um dia depois de perder o controle de Qusair, uma importante cidade perto da fronteira com o Líbano, os rebeldes tentaram responder com uma ofensiva em Quneitra, uma zona desmilitarizada nas Colinas de Golã patrulhada pela ONU.
Pela primeira vez desde o início do levante em março de 2011, os rebeldes tomaram brevemente o controle da área, forçando as forças de paz da ONU a se refugiarem em seus bunkers. Fontes israelenses disseram que as forças sírias tomaram de volta o local depois de violentos combates.
A Áustria afirmou que vai retirar seus 380 soldados entre os 1.000 que integram a força de monitoramento da ONU, por causa dos combates.
As tropas pró-governamentais tiveram uma série de conquistas nas últimas semanas, fortalecendo Assad no momento em que os Estados Unidos e a Rússia estão tentando organizar uma conferência de paz que visa a acabar com a guerra civil, cujo saldo de mortos chega a 80 mil.
Ativistas expulsos esta semana da cidade devastada de Qusair emitiram um apelo desesperado por ajuda, dizendo que foram encurralados tanto pelas tropas sírias e como seus poderosos aliados libaneses da guerrilha xiita Hezbollah.
"Deus nos deu força para perseverar, mas até quando só Deus sabe. Nós imploramos que se movam o mais rápido possível para nos resgatar", disse uma mensagem postada em sites de redes sociais.
A França, que no início desta semana acusou Assad de usar gás nervoso na guerra civil, disse na quarta-feira que a situação no terreno precisa ser reequilibrada após a queda de Qusair, mas não disse como isso poderia ser alcançado.
A Rússia disse nesta quinta-feira que está preocupada que as alegações de ataques com gás possam ser usadas como um pretexto para uma intervenção estrangeira.
"Eu não descarto que alguém queira usar isso para afirmar que uma linha vermelha foi cruzada e uma intervenção estrangeira é necessária", disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em entrevista coletiva em Moscou, junto a seus homólogos alemão e finlandês.
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