O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, divulgou nesta terça-feira (6) um comunicado conjunto com o Ministério do Interior para negar um pedido feito pela oposição para que as forças de segurança parem com a repressão aos protestos da população venezuelana.
Na nota, a Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela (Fanb) e as forças policiais “rejeitam veementemente as abordagens desesperadas e sediciosas contidas em uma carta publicada nas redes sociais, ontem, 5 de agosto, pelo senhor Edmundo González Urrutia, ex-candidato presidencial, e pela extremista de direita María Corina Machado”.
“Em primeiro lugar, é importante mencionar que aqueles que pretendem reivindicar o status de democratas têm uma longa e obscura história como promotores de ações antidemocráticas radicais e absolutamente inconstitucionais, contrárias a todas as leis”, apontou a nota, que culpa a oposição pela violência nas manifestações iniciadas na semana passada.
“Ratificamos nossa absoluta lealdade ao cidadão Nicolás Maduro Moros, presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela, comandante supremo da Fanb, que foi legitimamente reeleito pelo poder popular e proclamado pelo poder eleitoral para o próximo mandato presidencial 2025-2031. Ao mesmo tempo, apoiamos o seu espírito republicano, refletido na proposta de resolução do litígio eleitoral através do Tribunal Supremo de Justiça, que terá a última palavra, demonstrando mais uma vez a força das instituições democráticas do país”, acrescentou o comunicado.
Na segunda-feira, González e Machado haviam divulgado uma carta na qual reiteraram que o principal bloco contrário ao chavismo obteve 67% dos votos na eleição presidencial, enquanto Maduro atingiu 30%.
Porém, lembraram que o ditador se recusa a reconhecer a derrota e tem aumentado a repressão contra o povo venezuelano, que foi às ruas protestar contra o resultado oficial dando a vitória a Maduro.
González e Machado apelaram “à consciência dos militares e da polícia para que fiquem ao lado do povo e de suas próprias famílias” e pediram para que cumprissem “com seus deveres institucionais, não reprimam o povo, apoiem-no”. González também pediu para que seja proclamado presidente eleito “imediatamente”.
Poucas horas depois, o procurador-geral da Venezuela, o chavista Tarek William Saab, anunciou a abertura de uma investigação criminal contra González e Machado, alegando que a carta anuncia “falsamente um vencedor das eleições presidenciais diferente do proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral, único órgão habilitado para tal”, e “faz um incitamento aberto aos funcionários policiais e militares para desobedecerem às leis”.
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