O Foro Penal, ong que investiga a situação dos presos políticos na Venezuela, denunciou que o regime de Nicolás Maduro mantém 1808 pessoas detidas nas prisões do país.
Segundo os dados atualizados pela organização de direitos humanos, esse número aumentou para 15 novos presos desde a semana passada, quando 1.793 pessoas estavam reconhecidamente privadas de liberdade por razões políticas.
Desse total, 1.582 são homens e 226 mulheres, entre os quais 1.748 são adultos e 60 são menores, entre 14 e 17 anos, segundo o Foro Penal.
Grande parte dessas detenções (1.673 casos) foram prisões realizadas após as eleições presidenciais de 28 de julho, quando a crise política da Venezuela foi ampliada com o autogolpe de Maduro, que foi declarado eleito para um terceiro mandato sem provas oficiais.
Enquanto isso, a oposição denunciou que houve fraude eleitoral no resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), apresentando atas eleitorais em um site independente, que apontaram para uma vitória do opositor Edmundo González Urrutia, agora exilado na Espanha.
Dados do próprio regime chavista informam que a crise pós-eleitoral desencadeou protestos que deixaram 25 mortos e mais de 2.400 detidos, números que, inclusive, superam consideravelmente o anunciado pelo Foro Penal.
A ong justificou que seus números são diferentes dos anunciados pelas autoridades venezuelanas porque eles só contabilizam as detenções qualificadas como “arbitrárias”, quando “não há elementos de culpa” em relação ao detido.
Desde 2014, já com Maduro no poder, o Fórum Penal denunciou a detenção de 17.561 pessoas por razões políticas, além de 9 mil pessoas que permanecem arbitrariamente sujeitas a medidas restritivas de liberdade.
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