Pelo menos 32 pessoas morreram e mais de 850 ficaram feridas no forte terremoto de 6,1 graus na escala aberta de Richter que sacudiu nesta terça-feira a província de Busher, no sul do Irã, informou a televisão oficial, IRIB. Fontes médicas da província confirmaram a diferentes meios de imprensa locais que são mais de 30 os falecidos no terremoto, que aconteceu às 16h22 locais (8h52 de Brasília) e se situou na população de Caqui, a 51,58 graus de longitude este e 28,48 graus de latitude norte e 12 quilômetros de profundidade.
O terremoto aconteceu a cerca de 100 quilômetros da usina nuclear de Busher, a única do Irã e que está em fase de provas, onde se sentiu o terremoto, embora a corporação russa AtomStroyExport, que dirige sua construção, disse que a situação na mesma é normal e que os trabalhos prosseguiam.
Segundo a agência local iraniana "Fars", o terremoto pôde ser sentido moderadamente inclusive a 500 quilômetros do epicentro em alguns países árabes ribeirinhos do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.
As equipes de observação e avaliação de danos do Crescente Vermelho e as administrações iranianas prosseguem seus trabalhos, foram enviadas unidades de auxílio e resgate e cachorros de busca para localizar a possíveis sobreviventes.
Segundo a agência oficial iraniana, "Irna", a maioria dos mortos estava na área de Tasuch e Shanbe, que segundo vários veículos de imprensa foram as mais afetadas pelo terremoto na região de Caqui, onde ficava o epicentro.
O diretor do Crescente Vermelho do Irã, Mahmoud Mozafar, confirmou também que os feridos foram cerca de 850 e o diretor do Hospital Universitário de Busher, Golamreza Heidari, assegurou que os hospitais da região têm capacidade para atendê-los.
O Crescente Vermelho provincial já tem 500 tendas de campanha, 2 mil cobertores, 200 rolos de tapete para o piso das tendas e 2 mil quilos de comida para dividir entre os afetados, enquanto os serviços de ajuda e resgate das províncias limítrofes enviaram mais ajuda.
Cerca de 10 mil pessoas perderam suas casas ou as abandonaram por medo de novas réplicas do terremoto nas zonas mais afetadas e passarão a noite na rua, segundo a agência sindical iraniana, "Ilna".
O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, expressou, em uma declaração à televisão oficial, sua tristeza pelo desastre e pediu às autoridades que façam "tudo que for possível para auxiliar às vítimas e apoiar os atingidos".
As autoridades religiosas da província de Busher decretaram 3 dias de luto pelas vítimas do movimento tectônico, que foi seguido de 39 réplicas perceptíveis em menos de quatro horas, várias delas acima dos 5 graus Richter.
Os serviços de água, eletricidade e telefonia a cabo ficaram suspensos quando se romperam encanamentos e linhas, mas os telefones celulares funcionam, embora com algumas dificuldades.
A profundidade da origem do terremoto e o fato de ter acontecido em uma área entre montanhas e próxima ao mar pode ser um fator para que seus efeitos fossem menos devastadores do que os previstos por sua magnitude, segundo o diretor de Crescente Vermelho Iraniano, Mahmoud Mozafar.