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Ponte e um posto policial foram destruídos pela conrrenteza | Reuters
Ponte e um posto policial foram destruídos pela conrrenteza| Foto: Reuters
  • Peruanos tentam resgatar seus animais de barco após a chuva
  • Turistas aguardam por resgate

Fortes chuvas e deslizamentos de terra mataram cinco pessoas no Peru e deixaram cerca de 2.000 turistas isolados nas ruínas incas de Machu Picchu, disseram autoridades nesta terça-feira. Entre eles, estão cerca de 200 brasileiros.

Uma jovem argentina de 20 anos, identificada como Lucía Ramallo, e um guia peruano de excursão morreram ao serem soterrados por um deslizamento de terras no local onde pernoitavam no conhecido Caminho Inca, que conduz a Machu Picchu, informou Hernet Moscoso, porta-voz do governo regional de Cuzco.

As duas vítimas se somam a outras três pessoas soterradas em casebres arrasados pela lama nos arredores da cidade de Cuzco.

A chuva excepcionalmente intensa provocou deslizamentos que obrigaram à suspensão do serviço ferroviário entre Machu Picchu e Cuzco. O governo declarou estado de emergência na área, e equipes de resgate estão usando helicópteros para tirar os turistas do local.

"Vamos tomar medidas rápidas e imediatas. Cinco helicópteros estão disponíveis para retirar os quase 2.000 turistas retidos em Machu Picchu", disse o primeiro-ministro Javier Velásquez, que visitou a área nesta terça-feira.

Machu Picchu, cerca de 1.100 quilômetros a sudeste de Lima, é o principal destino turístico peruano, visitado por cerca de 1 milhão de pessoas por ano.

Além do trem, a única forma de acesso à antiga cidadela inca é por uma trilha de quatro dias pelos Andes.

Brasileiros

O primeiro grupo de brasileiros resgatado de helicóptero da cidade de Aguas Calientes, na região de Machu Picchu, chegou no início da noite desta terça-feira (26) à cidade de Ollantaytambo. Todos passam bem.

Lentidão

A remoção dos turistas acontece de forma lenta. Na segunda-feira, um helicóptero levou cerca de 60 turistas de Águas Calientes para Cuzco. O governo peruano e a Peru Rail lançaram nesta terça-feira comunicado informando que outras quatro aeronaves da Força Aérea Peruana e quatro do Departamento Antidrogas Americano (DEA) iriam ajudar no transporte.

Mas até a tarde de hoje, segundo informaram à reportagem turistas que estão em Águas Calientes, somente dois helicópteros haviam pousado. "Está começando a piorar o ambiente entre os turistas. Já vemos brigas porque alguns estão querendo furar a fila e a prioridade é de idosos, crianças e de pessoas que estão doentes. Ainda não recebemos água. Ao mesmo tempo, comerciantes estão vendendo o produto por aqui", disse o estudante brasileiro Filipe Cury, de 21 anos.

Cury conta que desde segunda-feira eles estão comendo só pão com queijo e tomando chá ou café. A situação piorou durante a noite, quando o frio castigou os turistas que estão dormindo dentro dos vagões de trem. Como muitos previam fazer visitas rápidas a Machu Picchu, levaram roupas leves e insuficientes para amenizar a temperatura que chega a 5 graus. "Acho que quase metade dos turistas é formada por idosos, que estão sofrendo bastante com o frio", disse Cury.

Os brasileiros disseram que estão em contato com a embaixada brasileira no Peru. Por enquanto, contudo, as autoridades apenas fizeram promessas de que tentariam garantir aos brasileiros hospedagem nos hotéis da região. Na segunda-feira, o Itamaraty informou que as operações de resgate estão nas mãos do governo peruano, mas não afirmou se iria ajudar as autoridades peruana no resgate aos turistas. Até o começo da noite de hoje, o governo brasileiro não havia voltado a se manifestar sobre ajudas no resgate.

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