Começou nesta quinta-feira (2) o 16º Fórum de ministros do Meio Ambiente da América Latina e do Caribe, em Quito, no Equador, evento que tem como objetivo estruturar uma agenda sobre desenvolvimento sustentável para ser levada para a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20.
Conscientes de que compartilham dos mesmos problemas ambientais, os líderes da região, apesar de terem visões diferentes sobre o tema, esperam chegar a um acordo para o evento do Rio, afirmou a ministra de Meio Ambiente do Equador, Marcela Aguiñaga.
A dirigente destacou a importância de um novo paradigma para o desenvolvimento, "que englobe a natureza e considere as culturas ancestrais como fonte de conhecimento".
É indispensável "um desenvolvimento sustentável que insira a variável ambiental na economia", disse a ministra ao inaugurar o evento.
Achim Steiner, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), afirmou que o "desafio e a oportunidade" que oferece a Rio+20, que acontecerá em junho, no Rio, é determinar "como fazer a economia crescer e tirar as pessoas da pobreza" a partir de uma perspectiva ecológica.
"Entendemos que o valor da natureza deve ser reconhecido por suas dimensões espirituais e culturais, além de seus benefícios sociais. Todos apoiamos um desenvolvimento em harmonia com a natureza", opinou.
Steiner defendeu a existência de instituições fortes para enfrentar e corrigir falhas do mercado. Ele afirmou também que o atual momento é ideal para que um novo modelo de desenvolvimento seja construído.
Para a ministra equatoriana de Patrimônio, María Fernanda Espinosa, a reunião em Quito permite um "debate profundo" sobre uma nova agenda que valorize a vida e a soberania.
Por sua parte, o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, destacou que a reunião de ministros é a primeira depois da instauração da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e apontou que a coordenação regional "é fundamental para enfrentar um mundo globalizado".
"Somente unidos alcançaremos a inserção soberana de nossos países na economia política mundial", afirmou o chanceler, para quem "nunca antes existiu tanta riqueza ao lado de tanta miséria e guerras".
Patiño disse que é indispensável trabalhar junto para "a construção de um novo modelo de desenvolvimento em harmonia com o meio ambiente" e pediu agilidade nos debates para conseguir ações concretas.
"Os latino-americanos e caribenhos não podem seguir perdendo tempo e também não devem se limitar a convenções diplomáticas. Temos que chutar o balde se for preciso, pois se isso não for feito o meio ambiente é que vai nos chutar do mundo", argumentou.
O chanceler exigiu maiores compromissos dos países desenvolvidos, como por exemplo o financiamento de iniciativas para evitar o aquecimento global.
O ministro do Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar, afirmou que se o atual modelo de desenvolvimento entrou em crise, a região deve avaliar o que pretende no futuro, o que deve incluir o meio ambiente como tema central.
Já para o ministro de Meio Ambiente da República Dominicana, Ernesto Reyna, explicou que embora existam algumas divergências sobre modelos de desenvolvimento na região, existe esperança de se chegar ao Rio com uma agenda comum, que diga ao mundo que a "América Latina e o Caribe necessitam de sustentabilidade ambiental para seguir seu desenvolvimento".
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