Um fotógrafo belga registrou o dia a dia de uma das mais temidas e bilionárias organizações criminosas no mundo: a máfia japonesa Yakuza (ou Yamaguchi Gumi, no nome original). O resultado deste ousado ensaio foi compilado por Anton Kusters em um livro chamado ‘Odo Yakuza Tokyo’ -- cujas suas primeiras edições se esgotaram em semanas.
Para ter acesso íntimo à rotina da facção japonesa, Kusters passou dois anos com uma família que pertencia à máfia e tinha status respeitoso.
“A primeira vez que eu vi um membro da Yakuza foi nas ruas de Kabukicho, em Tóquio. Naquela época eu pensava o mesmo que todo mundo: que eram gângsters com tatuagens loucas andando com espadas e se matando. Mas aqueles caras se vestiam tão bem e agiam de forma tão educada e confiável”, escreveu ao Daily Mail, em reportagem especial publicada nesta semana.
Kusters começou a negociar com este membro e, após meses de conversa, ele permitiu que o fotógrafo acompanhasse encontros com outros integrantes do grupo, incluindo eventos de sociabilização. “Ele me instruía sobre o que dizer e o que falar”, contou.
A centenária máfia japonesa é uma empresa promissora do crime que aposta, inclusive, na diversificação. A maior fonte de seus US$ 80 bilhões é, no entanto, o tráfico de drogas. Mas os lucros do grupo também vêm de jogos de azar e extorsão. Estima-se que a Yakuza tenha mais de 100 mil membros no Japão. Para se tornar um membro, os “candidatos” se inscrevem em gangues pequenas e são levados a um local secreto onde são treinados a brigar e meditar.