Paris A reunião entre o primeiro-ministro da França, Dominque de Villepin, e representantes dos sindicatos franceses realizada ontem foi insuficiente para um acordo sobre a nova lei trabalhista para jovens, que provoca protestos em todo o país. Foi a primeira de uma série de reuniões para discutir a crise.
Sindicatos patronais também se reuniram com Villepin e disseram a ele que o chamado Contrato do Primeiro Emprego (CPE) pode não ser a melhor forma de reduzir o desemprego. Os empresários alertaram que a violência nas manifestações está ameaçando a economia.
Villepin disse que a reunião de uma hora e meia com os trabalhadores, que têm greve geral marcada para terça-feira, foi "um importante primeiro passo" e que torce por novos encontros nos próximos dias. Mas deixou claro que não vai abrir mão do CPE.
O presidente Jacques Chirac, que alertou seu primeiro-ministro a retomar o diálogo com os sindicatos, disse que Villepin está disposto a ouvir as opiniões dos manifestantes, mas que é inaceitável a violência ocorrida em Paris e algumas outras cidades.
Os sindicalistas saíram do encontro frustrados com a manutenção do CPE, que permite aos patrões demitirem menores de 26 anos sem justa causa durante um período de experiência de dois anos. "Tentamos convencer o governo da escala da crise e de que não havia outra possibilidade se não retirar [o projeto]", disse Bernard Thibault, da influente central CGT. Os representantes dos sindicatos disseram que não há novos encontros com o governo programados. Segundo Villepin, o CPE incentivará as empresas a contratarem jovens, o que reduziria o desemprego nessa faixa etária, que é de 23%.
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