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Desarmamento

Fracassam negociações com a Coréia do Norte

Pequim – O diálogo a respeito do programa nuclear norte-coreano terminou ontem sem progresso, em uma reviravolta que pode comprometer o desarmamento de Pyongyang.

Negociadores das duas Coréias, dos Estados Unidos, do Japão, da Rússia e da China reuniram-se em Pequim na segunda-feira para discutir a implementação do acordo selado em 13 de fevereiro, que prevê fechar o principal reator nuclear da Coréia do Norte.

O pacto prevê vantagens econômicas como o envio de 50 toneladas de combustível a Pyongyang, caso o governo norte-coreano deixe de lado suas ambições nucleares.

No entanto, o diálogo pareceu emperrado já na terça-feira, quando Pyongyang se recusou a participar de discussões devido à demora na liberação de US$ 25 milhões que haviam sido congelados em um banco de Macau.

A Coréia do Norte boicotou as conversas entre seis lados por mais de um ano, depois que o governo dos EUA colocou o banco privado Delta Asia (BDA) em uma "lista negra", por suspeita de conexão de fundos com lavagem de dinheiro e outras atividades ilegais.

No entanto, na segunda-feira, os EUA e a Coréia do Norte chegaram a um acordo para desbloquear cerca de US$ 25 milhões que estavam bloqueados em contas do banco.

No mesmo dia, representantes de seis países – as duas Coréias, EUA, Japão, China e Rússia – iniciaram a sexta rodada de diálogos para verificar se as primeiras medidas para iniciar o desarmamento nuclear norte-coreano foram tomadas.

O vice-secretário-assistente do Tesouro americano, Daniel Glaser, disse que os fundos seriam transferidos para uma conta norte-coreana no Banco da China, em Pequim, para ser usado para fins educacionais e humanitários. Segundo Glaser, Pyongyang propôs esse arranjo. Os fundos haviam representado um obstáculo nas negociações.

Na quarta-feira, devido à falta de acordo, as negociações foram adiadas para ontem. No entanto, o diálogo terminou de forma abrupta, sem progresso depois que o principal negociador norte-coreano, Kim Kye-gwan, foi embora de repente sem falar com jornalistas. "Nossa delegação foi para casa porque não houve progresso na prometida transferência dos fundos", disse uma fonte do governo da Coréia do Norte em Pequim.

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