Ouça este conteúdo
Alemanha, França e Portugal anunciaram que devem retomar nos próximos dias a aplicação da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford. Diversos países europeus suspenderam o uso da vacina após o registro de possíveis casos graves de formação de coágulos sanguíneos em pessoas que receberam uma dose do imunizante. Na última terça-feira, contudo, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) anunciou que não houve indícios de que o uso da vacina tenha influenciado as reações.
"Nos testes clínicos, tanto as pessoas vacinadas quanto as que receberam placebo não mostraram mudanças na avaliação dos dados de coagulação. E o número de eventos de formação de coágulos entre os vacinados também não parecem ser maiores do que o observado na população em geral", afirmou a diretora-executiva da EMA, Emer Cooke.
O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, afirmou nesta quinta-feira que os governos federal e dos 16 estados desejam que a aplicação da vacina seja reiniciada na sexta, segundo publicação da AFP. "O curso dos eventos nesta semana mostra que os cidadãos podem confiar que serão informados de forma transparente e que verificações cuidadosas serão realizadas", disse Spahn.
De acordo com levantamento da universidade americana Johns Hopkins, o país já registrou mais de 2,6 milhões de casos confirmados de Covid-19 e cerca de 74 mil mortes relacionadas à doença.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) anunciaram nesta quinta a retomada da vacina a partir da próxima segunda-feira, afirma o Diário de Notícias. "Os benefícios da vacina da AstraZeneca são claramente superiores a quaisquer riscos", disse Rui Ivo, presidente do Infarmed. O país já reportou mais de 816 mil infecções, além de cerca de 16 mil óbitos, segundo dados da Johns Hopkins.
Na França, o primeiro-ministro Jean Castex deve receber na sexta uma dose do imunizante da AstraZeneca, em uma tentativa de reforçar a confiança da população no fármaco, de acordo com a Bloomberg.
O país deve retomar também um lockdown na região de Paris. Apenas escolas e comércios essenciais permanecerão abertos, segundo Castex. A medida entra em vigor a partir da meia-noite desta sexta-feira.
"Não é uma boa notícia e sei o quão cansado você está com a sucessão de restrições. Essas medidas são vitais e equilibradas. Eles visam acabar com o vírus sem nos prender", disse o primeiro-ministro em entrevista coletiva.
Segundo dados da Johns Hopkins, a França acumula mais de 4,2 milhões de infecções pelo novo coronavírus, além de mais de 91 mil fatalidades.
Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o país chegará na próxima sexta-feira a 100 milhões de pessoas vacinadas contra o novo coronavírus, 58 dias após a chegada de Biden à Casa Branca. A meta inicial de seu governo era atingir a marca nos primeiros 100 dias de administração. "Este é um dia de otimismo, mas não devemos relaxar. Nosso calendário de vacinação está adiantado, porém ainda temos muito a fazer", alertou o presidente norte-americano, em pronunciamento nesta quinta-feira (18).
Segundo Biden, os EUA registram uma taxa de 2,5 milhões de pessoas vacinadas por dia, "superando com folga o resto do mundo".
Até o momento, de acordo com ele, 65% dos idosos com pelo menos 65 anos já foram vacinados com ao menos uma dose no país, enquanto 36% receberam também a segunda aplicação do imunizante.
"Esta marca é importante pois é nesta faixa da população que se concentram 80% das mortes por Covid-19 nos EUA", disse Biden, que ainda reiterou seu objetivo de, junto aos estados, disponibilizar a vacina a todos os adultos elegíveis até o fim de maio.
Na semana que vem, o presidente americano vai anunciar uma nova meta de vacinação nos EUA.