Veículo destruído em ataque por drone americano que matou o general iraniano Qasem Suleimani e outras oito pessoas no Iraque, 3 de janeiro de 2020| Foto: AFP

Em uma declaração conjunta divulgada neste domingo (12) os líderes de França, Alemanha e Reino Unido afirmaram que um interesse comum é o de garantir que o Irã nunca desenvolva armas nucleares e convocaram o país a voltar a cumprir os termos do Plano de Ação Abrangente Conjunta (JCPoA, na sigla em inglês), mais conhecido como acordo nuclear do Irã. "Nós, líderes da França, Alemanha e Reino Unido, compartilhamos interesses fundamentais comuns de segurança, juntamente com nossos parceiros europeus. Um deles é defender o regime de não proliferação nuclear e garantir que o Irã nunca desenvolva uma arma nuclear. O JCPoA desempenha um papel fundamental nesse sentido", trouxe a nota assinada pela chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

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No documento, eles afirmam que já deixaram claro o pesar e a preocupação com a decisão dos Estados Unidos de se retirarem do JCPoA e reimporem sanções ao Irã. "Apesar das circunstâncias cada vez mais difíceis, trabalhamos duro para preservar o acordo", relataram, acrescentando que todos os seus membros (China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido e Irã, com a União Europeia como coordenadora) declararam seu compromisso contínuo de preservá-lo.

"É essencial que o Irã retorne ao pleno cumprimento de seus compromissos nos termos do acordo. Expressamos nossa profunda preocupação com as ações do Irã que violam seus compromissos desde julho de 2019. Essas ações devem ser revertidas", afirmaram. O comunicado ressaltou que seus membros e ferramentas estão à disposição para preservar o acordo e resolver problemas relacionados à implementação do Irã de seus compromissos. Os líderes enfatizaram também que será preciso definir uma estrutura de longo prazo para o programa nuclear do Irã.

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Os eventos recentes, conforme a nota, destacaram o papel desestabilizador do Irã na região, inclusive por meio das forças da Guarda Revolucionária. "Nosso compromisso com a segurança de nossos aliados e parceiros na região é inabalável", garantiram os líderes. Eles disseram que devem abordar por meio da diplomacia e de "maneira significativa" as preocupações compartilhadas sobre as atividades regionais desestabilizadoras do Irã, incluindo aquelas ligadas ao seu programa de mísseis. "Reiteramos nossa disponibilidade para continuar nosso compromisso com a redução e a estabilidade na região."

Os três se comprometeram ainda a trabalhar com o Irã nas próximas etapas, após dizerem que observaram o anúncio do Irã com relação ao abate do voo PS752 da UIA. "Hoje, nossa mensagem é clara: continuamos comprometidos com o JCPoA e em preservá-lo; instamos o Irã a reverter todas as medidas inconsistentes com o acordo e retornar ao pleno cumprimento; pedimos ao Irã que se abstenha de mais ações violentas ou de proliferação; e continuamos prontos para nos envolver com o Irã nessa agenda, a fim de preservar a estabilidade da região", repetiram.

Prisão do embaixador britânico

Em declaração, um porta-voz de Boris Johnson, afirmou que os líderes de Reino Unido e Alemanha condenaram a prisão do embaixador britânico em Teerã neste domingo (12), classificada como violação da lei internacional.