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Resposta do governo

França anuncia maior controle sobre imigração

A França revelou nesta terça-feira planos para tornar mais rígido o controle sobre os imigrantes, dizendo que não mais aceitaria estrangeiros "que ninguém mais quer no mundo".

Os planos são parte da resposta do governo francês aos recentes distúrbios de rua ocorridos em várias cidades do país, nos mais graves incidentes de desordem urbana nos últimos 40 anos.

- O governo agirá firmemente e com um senso de responsabilidade - disse o primeiro-ministro Dominique de Villepin, depois de uma reunião para discutir o controle sobre os imigrantes.

Os distúrbios foram liderados, em sua maioria, por jovens negros e árabes.

O premier propôs ampliar o prazo de espera para conceder cidadania aos estrangeiros que se casam com franceses, um processo de seleção mais rigoroso para os estudantes visitantes e uma avaliação mais detalhada sobre famílias que migram para se unir a um parente que já trabalha no país.

Villepin também pediu uma vigilância mais atenta sobre a poligamia, prática proibida na França e que, segundo alguns políticos de centro-direita, era uma das causas dos distúrbios porque os filhos desses casamentos tinham maiores problemas para se adaptar.

O ministro francês do Interior, Nicolas Sarkozy, que ameaçou expulsar todos os estrangeiros envolvidos nos distúrbios, afirmou ao Parlamento que a França não desejava mais "essas pessoas que ninguém mais no mundo quer".

Milhares de carros e algumas escolas foram queimados durante as três semanas de violências nos subúrbios pobres de cidades francesas. Muitos dos envolvidos nos tumultos disseram protestar contra a exclusão e o desemprego.

Pelo plano de Villepin, um estrangeiro que se casar com um cidadão francês terá de esperar quatro anos até conseguir a cidadania francesa se o casal morar na França. O prazo hoje é de dois anos.

No ano passado, cerca de 34 mil pessoas de fora a União Européia (UE) e da Suíça casaram-se com cidadãos franceses.

Atualmente, as famílias de trabalhadores estrangeiros podem unir-se a seu parente na França depois de um ano. O plano do premier prevê a ampliação desse prazo.

Villepin disse esperar que as mudanças legais necessárias para implementar essas medidas sejam apresentadas "rapidamente".

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