Um trem levando imigrantes tunisianos que partiu da Itália foi parado na fronteira francesa neste domingo (17), em uma escalada na disputa internacional sobre o destino de imigrantes do norte da África que fogem de distúrbios políticos buscando refúgio na Europa.
Um porta-voz da companhia ferroviária italiana, Maurizio Furia, disse em Roma que um trem levando imigrantes e ativistas políticos que os apoiam não teve permissão para seguir até Menton, na França, quando chegou à fronteiriça estação italiana de Ventimiglia.
A Itália deu permissão temporária de moradia para muitos dos quase 26 mil tunisianos que chegaram ao país para escapar dos distúrbios no norte africano nas últimas semanas. Muitos dos tunisianos têm laços familiares ou amigos na França e o governo de Roma diz que a permissão concedida por ele dá direito aos tunisianos de seguir até o vizinho, por causa de um acordo sobre viagens entre vários países europeus.
Já a França diz que honrará as permissões apenas se os imigrantes provarem que podem se sustentar financeiramente e instituiu patrulhas na fronteira italiana, uma medida sem precedentes desde que entrou em vigor o Acordo de Schengen, pelo qual as pessoas com visto podem viajar sem pedir autorizações em cada país signatário desse acordo. A Alemanha já anunciou que pretende impor as mesmas restrições.
As nações europeias divergem sobre o assunto. "Nós demos documentos aos imigrantes, demos tudo que é necessário e a Comissão Europeia reconheceu isso, disse que a Itália está seguindo as regras de Schengen", afirmou o ministro do Interior italiano, Roberto Maroni.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, tenta conter o número de imigrantes que chegam à França. Paris e Roma concordaram com patrulhas conjuntas por mar e ar há mais de uma semana, para impedir que imigrantes do norte da África cheguem à ilha de Lampedusa, ponto na Itália mais próximo da África. As informações são da Associated Press.
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