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Afeganistão

França comemora libertação de refém e tenta resgatar os outros seqüestrados

A França comemorou neste sábado a libertação de uma francesa por talibãs no Afeganistão, e pediu que sejam redobrados os esforços para conseguir a dos outros reféns, sem dar nenhuma informação sobre como a jovem foi solta.

Céline (cujo sobrenome não foi divulgado) é membro da ONG humanitária Terre d'Enfance, e foi libertada esta manhã, na província afegã de Kandahar, e chegou a Cabul, onde, aparentemente, está sob observação em um hospital militar.

Os talibãs, que anunciaram a libertação por "razões humanitárias", deram outra semana para que a França retire as tropas do Afeganistão, e negocie a do outro refém francês, Eric, e de três colegas afegãos seqüestrados no dia 3 de abril, quando os cinco viajavam pelo sul do país.

Os rebeldes também exigem uma resposta rápida sobre a libertação de vários de seus companheiros pelas autoridades afegãs.

O presidente francês, Jacques Chirac, comemorou a solução do caso da jovem, e afirmou que "agora todos devem redobrar os esforços para obter a dos outros reféns com a máxima discrição".

O Ministério de Exteriores disse que a libertação de Céline é "o resultado dos esforços realizados há mais de três semanas.

"Eles devem prosseguir com a mesma determinação e discrição, até a libertação dos outros reféns", afirmou.

O Governo francês não deu nenhum dado sobre as circunstâncias em que a francesa foi solta, mas um porta-voz da Cruz Vermelha afirmou que membros da instituição recuperaram a jovem e a acompanharam até o aeroporto de Kandahar.

O silêncio da França acompanha a "máxima discrição" adotada desde que os dois franceses e seus três acompanhantes afegãos foram seqüestrados na província de Nimroz (sul), e depois que os talibãs divulgaram suas exigências, no dia 20.

Em comunicado, os rebeldes deram para a França o prazo de uma semana - que expirava neste sábado, após ser prorrogado por um dia -, para que retirasse as tropas do Afeganistão e o Governo afegão libertasse vários chefes dos talibãs.

Nesta sexta-feira de manhã, o ministro de Exteriores francês, Philippe Douste-Blazy, afirmou que os militares franceses no Afeganistão - cerca de mil na força multinacional da Otan na região de Cabul - não têm "vontade" de permanecer indefinidamente no país.

Para o ministro de Exteriores, continuar indefinidamente no país iria "contra os valores franceses de respeito à soberania, independência nacional e integridade territorial", cuja mensagem foi interpretado como um sinal para os seqüestradores.

Na véspera, o candidato conservador ao Palácio do Eliseu e ex-ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, disse que a presença "a longo prazo" das tropas francesas no país não parecia ser "decisiva".

E, após lembrar que Chirac havia decidido "repatriar nossas forças especiais e um certo número de elementos, disse que seguiria com essa "política".

Em janeiro, a França retirou do Afeganistão cerca de 200 comandos, que estavam envolvidos em uma operação antiterrorista com os Estados Unidos, à margem da missão da Força Internacional de Assistência para a Segurança da Otan (Isaf).

Em comunicado divulgado neste sábado, os talibãs disseram que dariam mais uma semana para a França, pois os franceses estão "ocupados" com as eleições presidenciais, e esperavam uma "boa resposta" francesa após a libertação de Céline.

"A jovem está muito debilitada, após 24 dias de cativeiro", afirmou o responsável da Terre d'Enfance, Antoine Vuillaume, depois de se reunir em Paris com o ministro de Exteriores.

"A libertação de Céline é um grande alívio e também uma esperança para os outros quatro reféns", disse Vuillaume, que destacou a "mobilização" do ministério de Exteriores e de Chirac.

Em seu site, a ONG pede que os seqüestradores deixem vivos "Eric, Rasul, Hashem e Azrat", e faz um apelo às autoridades "afegãs e francesas" para que continuem com os esforços, e façam "tudo o que está a seu alcance para obter outras libertações".

Nas últimas semanas, Chirac falou diversas vezes por telefone com o presidente afegão, Hamid Karzai.

Após receber críticas por ter libertado vários talibãs em troca de um jornalista italiano, no mês passado, o presidente afegão havia dito que rejeitaria a partir de agora as trocas de reféns por talibãs presos.

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