A França forneceu armas, munições e alimentos aos rebeldes líbios nas Montanhas Ocidentais no início de junho para impedir que as tropas leais a Muamar Kadafi tomassem o controle da região, disse um porta-voz das Forças Armadas francesas nesta quarta-feira.

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Citando fontes não-identificadas, o jornal francês Le Figaro informou mais cedo que a França lançou de paraquedas na região de Jebel Nafusa "grandes quantidades" de armas, inclusive lançadores de foguetes, fuzis, metralhadoras e mísseis antitanque.

A medida, disse o jornal, tinha como objetivo impulsionar o avanço rebelde em direção à capital Trípoli.

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"Houve entregas humanitárias porque a situação humanitária estava piorando e parecia que a situação de segurança estava ameaçando os civis que não podiam se defender", disse à Reuters o porta-voz das Forças Armadas Thierry Burkharda.

"A França, portanto, também enviou equipamentos permitindo que eles se defendessem, composto de armas leves e munições", afirmou, acrescentando que medicamentos e alimentos fizeram parte da entrega realizada no começo de junho.

A rebelião contra os 41 anos de regime de Kadafi fez apenas ligeiros progressos desde que começou a receber apoio dos bombardeios aéreos da Otan, há três meses, mas agora os rebeldes dizem estar se aproximando da capital.

No domingo, os rebeldes das Montanhas Ocidentais, que ficam a sudoeste de Trípoli, obtiveram sua maior vitória das últimas semanas, quando chegaram à localidade de Bir al Ghanam, onde agora enfrentam as tropas governistas.

A decisão de enviar armas sem consultar os parceiros da Otan ocorreu "porque não havia outra forma de proceder", disse uma fonte de alto escalão, citada no Le Figaro.

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O Le Figaro disse ter tido acesso a um mapa confidencial, com selo dos serviços de inteligência franceses, mostrando várias áreas nas montanhas sob comando dos rebeldes aonde armas poderiam ser enviadas.

Falando a jornalistas na terça-feira após uma reunião do presidente francês, Nicolas Sarkozy, com o líder rebelde Mahmou Jibril, o porta-voz Mahmoud Shammam disse que seu grupo não havia solicitado mais assistência militar.

"Estamos obtendo nossos meios (militares) de outros lugares", disse o líbio, sem detalhar.

Até agora, os rebeldes estavam recebendo armas do Catar, especialmente em Benghazi, a sua "capital", no leste da Líbia.

Sarkozy mantém uma estreita relação com os rebeldes líbios desde que aviões franceses começaram a bombardear a Líbia cumprindo um mandato da ONU para proteger os civis locais.

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Embora descarte uma intervenção terrestre, Sarkozy já havia prometido anteriormente intensificar os bombardeios aéreos.

No começo de junho, helicópteros franceses e britânicos se envolveram em operações destinadas a tornar mais precisos os bombardeios da Otan contra alvos do governo líbio.