O ministro da Defesa da França, Sébastien Lecornu| Foto: EFE/Javier Lizón
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O ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, reiterou que a França manterá suas tropas no Níger enquanto as “autoridades legítimas do país” solicitarem sua presença e estará pronta para apoiar os “esforços da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) na restauração da ordem constitucional” do país africano.

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Em uma entrevista concedida ao jornal francês Le Figaro nesta sexta-feira (1º), Lecornu destacou que a situação no Níger difere da de outros países africanos que enfrentaram golpes de Estado, uma vez que a França reconhece apenas o presidente Mohamed Bazoum como a autoridade legítima e foi ele quem solicitou apoio no combate ao terrorismo jihadista que assola o país.

"A partir do momento em que esta luta deixa de ser a prioridade dos poderes de fato, como é o caso do Mali, não temos razão para ficar. No Níger, a questão não se coloca exatamente nestes termos porque reconhecemos apenas a autoridade do presidente Bazoum", enfatizou o ministro.

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Lecornu também ressaltou a diferença entre a situação no Níger e no Gabão, onde houve um golpe de Estado recente. Ele observou que, no caso do Gabão, os militares alegaram desrespeito à lei eleitoral e à Constituição, enquanto no Níger, militares ilegítimos derrubaram um presidente legitimamente eleito.

Quanto à expulsão do embaixador francês no Níger, Lecornu enfatizou que é responsabilidade do país garantir a segurança da embaixada de acordo com o direito internacional.

O ministro da Defesa negou que a presença militar francesa na região, especialmente na operação Barkhane contra o terrorismo jihadista no Sahel, tenha sido um fracasso ou uma fonte de instabilidade. Ele destacou que “milhares de vidas foram salvas” e “líderes terroristas foram neutralizados” graças aos esforços da França.

Lecornu também apontou que a instabilidade em alguns países não pode ser atribuída apenas à presença militar francesa, mas devem-se considerar outros fatores, como os interesses econômicos de atores, como a China, que competem por influência na região. Ele ressaltou que o sentimento antifrancês é amplamente gerado e explorado pela Rússia.

O ministro também mencionou que a forma do apoio da França a uma eventual intervenção militar da Cedeao ainda “está sendo discutida” e será decidida pelo presidente Emmanuel Macron. Ele enfatizou a importância de se “respeitar as soberanias e acordos de defesa existentes com os países da região”. (Com Agência EFE)

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