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Secretário Kerry participa de coletiva de imprensa em Paris | Charles Platiau/Reuters
Secretário Kerry participa de coletiva de imprensa em Paris| Foto: Charles Platiau/Reuters

O Ministério das Relações Exteriores da França convocou ontem o embaixador dos Estados Unidos em Paris, Charles Rivkin, para exigir dele explicações sobre as novas revelações de espionagem contra cidadãos franceses.

Assim como ocorreu no Brasil – com a imprensa denunciando a espionagem contra o governo brasileiro e contra a Petrobras –, na França, foi o jornal Le Monde que teve acesso aos dados em poder do ex-técnico da CIA Edward Snowden.

A publicação parisiense publicou reportagem em que afirma que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) coletou mais de 70 milhões de registros telefônicos na França, inclusive gravações de conversas e mensagens de textos, entre os primeiros dias de dezembro de 2012 e o começo de janeiro deste ano.

Numa coincidência, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, desembarcou em Paris ontem, o mesmo dia da denúncia do Monde, para uma reunião de diplomatas árabes sobre as perspectivas de paz no Oriente Médio. Na defensiva, Kerry afirmou que o governo americano está tentando encontrar o equilíbrio entre a segurança das pessoas e o direito à privacidade.

O secretário de Estado lembrou que a França é um dos mais antigos aliados dos EUA no mundo e disse que o assunto já está sendo discutido e o objetivo é atenuar as preocupações dos franceses em relação à espionagem da NSA.

Ainda ontem, o ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius, chamou o embaixador norte-americano em Paris depois de ter tido acesso à reportagem sobre a NSA.

"Esse tipo de prática contra parceiros é um ataque à privacidade e é totalmente inaceitável", disse Fabius em um encontro da União Europeia em Luxemburgo.

Por meio de nota, a representação diplomática americana em Paris informou que "o embaixador manifestou apreço pelo intercâmbio e prometeu encaminhar as queixas [francesas] a Washington".

Ainda ontem, o presidente Barack Obama, dos EUA, telefonou para o seu homólogo François Hollande em uma tentativa de desfazer o constrangimento causado pelas revelações do Monde.

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