O chanceler francês, Laurent Fabius, acusou neste domingo países da Europa Oriental, nomeadamente a Hungria, de uma política “escandalosa” em relação aos refugiados, que vai contra os valores da União Europeia.

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Alguns governos europeus têm se recusado a receber refugiados e resistido a propostas da União Europeia para criar um plano comum para lidar com a crise, que está se intensificando devido a uma onda de imigrantes que fogem da guerra e da pobreza em África, na Ásia e no Oriente Médio.

“No que diz respeito a todas as pessoas que são politicamente expulsas do seu país, nós temos de ser capazes de recebê-las”, disse Fabius à rádio Europe 1. “Cada país tem que responder a isso. França, Alemanha e outros têm feito isso, mas quando vejo determinados países que não aceitam esses grupos, acho escandaloso.”

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“Em particular, os países da Europa Oriental. Eles são extremamente duros. A Hungria é parte da Europa, que tem valores e nós não respeitamos esses valores colocando cercas”, disse Fabius.

A Hungria, que faz parte do Espaço Schengen, área de livre circulação da União Europeia, está construindo uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia para conter o que chama de uma ameaça à segurança europeia, à prosperidade e à identidade.

“A Hungria não está respeitando os valores comuns da Europa, então as autoridades europeias precisam ter discussões sérias, até mesmo uma discussão severa com as suas autoridades”, disse Fabius.

A Organização Internacional para as Migrações estima que um terço de 1 milhão de pessoas atravessou o Mediterrâneo até agora neste ano para chegar no sul da Europa.

A dificuldade de acordar uma política comum se manifestou em junho, quando líderes rejeitaram uma proposta do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para que eles aceitassem quotas obrigatórias para repartir os requerentes de asilo da Itália e da Grécia.

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Em uma declaração conjunta no domingo com os seus colegas britânico e alemão, o ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, disse que eles pediram um encontro urgente para discutir a imigração nas próximas semanas.

Os três ministros “sublinharam a necessidade de medidas imediatas para enfrentar o desafio criado pelo afluxo de migrantes”, disse o comunicado.