A França considerou "grave" a decisão de Israel construir novos assentamentos na Cisjordânia por temor que a iniciativa mine a possibilidade de diálogo com os palestinos.
Em comunicado, o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, mencionou "informações" que antecipam essa possível decisão e acrescentou que, se for confirmada, seria um "obstáculo sério para a solução de dois Estados".
Significaria, segundo o ministro francês, um "prejuízo para a continuidade territorial de um futuro Estado palestino" e dificultaria "a confiança necessária para um reatamento do diálogo" entre as duas partes.
"Faço um pedido às autoridades israelenses para que se abstenham de qualquer decisão nesse sentido e para que manifestem claramente sua vontade de retomar as negociações", declarou Fabius.
A França foi um dos países da União Europeia que votou na Assembleia Geral das Nações Unidas a favor da concessão à Palestina do status de Estado observador na organização.
O Governo israelense autorizou ontem a construção de três mil novas casas em assentamentos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental em resposta a esse reconhecimento da Palestina.
Além disso, o Executivo israelense prepara um plano para construir milhares de novos imóveis na chamada área E1, que conecta Jerusalém Oriental com o grande assentamento judaico de Ma'ale Adumim, na Cisjordânia ocupada, segundo a imprensa israelense.
Se este controvertido projeto sair do papel, a Cisjordânia ficaria sem continuidade territorial entre sua parte norte e a sul, o que dificultaria enormemente a viabilidade de um futuro Estado palestino.