Paris - A Justiça francesa abriu oficialmente uma investigação sobre a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, por suspeitas de envolvimento em um caso vinculado com o empresário Bernard Tapie em 2008.
Lagarde será investigada pelo papel que desempenhou quando era ministra das Finanças no veredicto que encerrou em 2008 o impasse entre Bernard Tapie e o antigo banco público Crédit Lyonnais, com o qual o empresário recebeu mais de 200 milhões de euros de indenização, segundo parlamentares.
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O Tribunal de Justiça da República, o único competente para julgar delitos cometidos por ministros durante o exercício do cargo, elegeu uma comissão de instrução composta por três magistrados do Supremo que realizará a investigação.
Os três juízes deverão determinar se Lagarde cometeu os delitos de "cumplicidade em falsificação" e "desvio de bens públicos", que poderiam condená-la a dez anos de prisão e multa de 150 mil euros.
Nuvem
O complicado sistema judiciário da França pode fazer com que a investigação dure anos, pairando sobre Lagarde enquanto ela tenta deixar sua marca no FMI e obter o apoio de críticos, especialmente nações emergentes irritadas com seis décadas de domínio europeu no principal cargo do fundo.
Lagarde foi nomeada para o mais alto posto no FMI depois que o ex-diretor-geral Dominique Strauss-Kahn outro ex-ministro das Finanças da França renunciou após ter sido preso em maio por acusações de tentativa de estupro de uma camareira de um hotel de Nova York.