O ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, afirmou nesta quarta-feira que as forças terrestres francesas que se encontram em Mali "estão avançando em direção ao norte" do país africano.
"Até agora, tínhamos nos assegurado de que houvesse forças terrestres em Bamaco, para garantir primeiro a nossa gente, nossos cidadãos, os europeus e a cidade de Bamaco. Agora, as forças terrestres francesas estão subindo rumo ao norte", disse à emissora "RTL".
A França, que segue auxiliando a operação contra os rebeldes salafistas que desde meados de 2012 controlam o norte de Mali, ataca essencialmente de forma aérea, mas os primeiros blindados, procedentes da base francesa de Abidjan, começaram a chegar ontem a Bamaco para passar a essa segunda parte da ofensiva.
Esse avanço, segundo analisa hoje a imprensa francesa, implica que as tropas se dirigem em primeiro lugar rumo à cidade de Diabali, no centro do país e que foi tomada na segunda-feira pelos salafistas.
O almirante Édouard Guillaud, chefe do Estado-Maior do Exército, acrescentou hoje que a operação no terreno começou "há várias horas", mas não pôde precisar o início do confronto com as forças rebeldes.
"Combateremos diretamente nas próximas horas, mas não sei dizer se será em uma hora ou em 72", apontou em entrevista concedida à emissora "Europe 1".
O representante das Forças Armadas assegurou ainda que o objetivo da operação é puramente militar.
"Quando os jihadistas se instalam em uma cidade, aterrorizam a população e tendem a utilizá-la como escudo humano. Nós nos negamos a deixar que a população corra riscos. Perante a dúvida, não dispararemos; os isolaremos. Essas são as ordens do presidente (François Hollande)".
Segundo o ministro da Defesa, por enquanto a chamada Operação Cerval, que hoje entra em seu sexto dia, conseguiu impedir o avanço dos islamitas em direção ao sul do país, mas segue encontrando forte resistência no oeste, "onde se encontram os grupos mais duros, os mais fanáticos, os mais organizados".
"Enfrentamos várias centenas, mais de 1 mil terroristas muito organizados, e pode ser que eles recebam reforços. Essa é a razão pela qual as forças aéreas francesas atacam sua retaguarda, principalmente em Gao", assinalou.
O ministro indicou nesta terça-feira que a França contava com 1.700 militares envolvidos na operação, dos quais 800 em solo malinês, e seu departamento acrescentou que nos próximos dias o contingente deveria chegar a até 2.500 soldados.