O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, disse no domingo que o seu país teria de se preparar para a possibilidade de uma guerra contra o Irã, por causa do programa nuclear iraniano, mas ele afirmou não acreditar que qualquer ação beligerante seja iminente.
Em entrevista à televisão LCI e à rádio RTL, Bernard Kouchner disse que as potências mundiais deveriam usar mais sanções para evitar que Teerã consiga uma bomba atômica antes que uma guerra aconteça.
"Devemos estar preparados para o pior", disse Kouchner, acrescentando: "O pior, senhor, é a guerra".
Questionado se a França está envolvida em qualquer plano sobre o assunto, ele disse: "O Exército francês não está no momento associado com ninguém, não realiza nenhuma manobra".
Teerã tem insistido que apenas quer a tecnologia nuclear para fins pacíficos, para a geração de energia.
O chanceler francês, no mesmo programa, também aconselhou as empresas, inclusive as gigantes do petróleo, Total, e de gás, Gaz de France, a não responderem a propostas do Irã, aumentando assim a pressão sobre Teerã devido o seu programa atômico.
Kouchner disse que a França está pressionando pela adoção de sanções mais duras pela ONU contra a república islâmica.
"Já pedimos a um determinado número de nossas grandes empresas a não responderem a ofertas, sinalizando assim que estamos falando sério", disse Kouchner.
"Não estamos proibindo as empresas francesas de se candidatarem a propostas. Estamos aconselhando-as a não o fazerem. São empresas privadas. Mas acho que a advertência foi ouvida e nós não somos os únicos que estamos fazendo isso."
A Total está em negociações com o Irã para a construção do primeiro terminal de gás natural liquefeito do país. O acordo foi assinado em fevereiro de 2004 e deveria entrar em vigor em 2009, mas as negociações sobre preço ainda não terminaram.