Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Direitos civis

França diz “sim” para o casamento homossexual

Multidão diante do prédio dos Invalides, em Paris, protesta contra a legalização da união entre pessoas do mesmo sexo | Philippe Wojazer/Reuters
Multidão diante do prédio dos Invalides, em Paris, protesta contra a legalização da união entre pessoas do mesmo sexo (Foto: Philippe Wojazer/Reuters)

O Parlamento da França aprovou ontem o projeto de lei que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo e autoriza a adoção de crianças por casais homossexuais. O texto do Senado foi aprovado sem alterações pela Câmara baixa, colocando fim a uma maratona legislativa que começou em janeiro.

Com isso, os homossexuais terão os mesmos direitos que os casais heterossexuais, como a divisão de bens, o recebimento de benefícios governamentais e a adoção de crianças, incluindo os filhos que um dos cônjuges tiver.

A aprovação da medida era uma das promessas de campanha do presidente François Hollande, que se elegeu em maio de 2012.

A maioria dos votos favoráveis veio do governista Partido Socialista, além de aliados de agremiações menores e membros de grupos de extrema-esquerda.

Por outro lado, os votos contrários vieram, em sua maioria, da UMP (União pelo Movimento Popular), do ex-presidente Nicolas Sarkozy, e da Frente Nacional, de extrema-direita.

Várias cidades da França estão enfrentando protestos contra o casamento gay. Os manifestantes foram para as ruas assim que o resultado da votação foi anunciado. Eles alegam que a adoção de crianças por casais gays não foi suficientemente debatida.

A oposição anunciou que recorrerá perante o Conselho Constitucional – que tem poder de vetar a lei. O Conselho deverá se pronunciar nas próximas semanas. A lei deve entrar em vigor em junho.

A votação ocorreu sob clima de tensão e discussões entre deputados de direita e esquerda. O presidente da Assembleia Nacional, Claude Bartolone, interrompeu a sessão e esvaziou as galerias após um grupo militante de extrema-direita gritar contra a aprovação da lei.

Bartolone, que é socialista, disse que "os inimigos da democracia não tem nada para fazer neste plenário". A expulsão dos manifestantes irritou os deputados da direita.

Ao final da votação, emocionada, a ministra da Justiça, Christiane Taubira, considerou a medida um avanço histórico. "Sabemos que não tiramos nada de ninguém e demos um direito que as pessoas não tinham. É um texto generoso."

Ela ainda fez menção aos quatro adolescentes franceses que foram vítimas de violência sexual na semana passada. "Vocês não precisam ter medo nunca mais, ninguém tem nada para recriminá-los."

A aprovação faz da França o 14.º país a autorizar o casamento gay e o 9.º na Europa.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.