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Espionagem

França e Alemanha vão negociar pacto de cooperação com os Estados Unidos

“O objetivo desse marco será estabelecer regras para o futuro. Há comportamentos e práticas que não podem ser aceitas. Está em jogo a preservação das relações com os EUA: a confiança tem de ser retomada.” -François Hollande, presidente da França; “Estamos buscando uma base para cooperação entre nossos serviços, dos quais recebemos uma grande quantidade de informações, [...] que seja transparente, clara e em consonância com o fato de sermos parceiros.” -Angela Merkel, chanceler da Alemanha; “O que Angela e François querem fazer é totalmente sensato e outros países estão livres para se juntar a eles. Para nós, acho que estamos na situação certa, mas entendo o que os outros querem fazer e apoio.” -David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido | Laurent Dubrule/Reuters; Francois Lenoir/Reuters; Francois Lenoir/Reuters
“O objetivo desse marco será estabelecer regras para o futuro. Há comportamentos e práticas que não podem ser aceitas. Está em jogo a preservação das relações com os EUA: a confiança tem de ser retomada.” -François Hollande, presidente da França; “Estamos buscando uma base para cooperação entre nossos serviços, dos quais recebemos uma grande quantidade de informações, [...] que seja transparente, clara e em consonância com o fato de sermos parceiros.” -Angela Merkel, chanceler da Alemanha; “O que Angela e François querem fazer é totalmente sensato e outros países estão livres para se juntar a eles. Para nós, acho que estamos na situação certa, mas entendo o que os outros querem fazer e apoio.” -David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido (Foto: Laurent Dubrule/Reuters; Francois Lenoir/Reuters; Francois Lenoir/Reuters)

França e Alemanha vão impulsionar até o final do ano a negociação com o governo norte-americano em torno de um marco de cooperação sobre as práticas dos serviços secretos. O acordo é uma resposta à suposta espionagem dos EUA sofrida por ambos os países.

"O objetivo desse marco será estabelecer regras para o futuro", disse o presidente francês, François Hollande, em entrevista coletiva após encontro paralelo à cúpula de dois dias da União Europeia em Bruxelas. Para o francês, "há comportamentos e práticas que não podem ser aceitos".

Segundo Hollande, a iniciativa está aberta para os outros países europeus que queiram se unir. Paralelamente, tentará se revitalizar o grupo criado há meses pela União Europeia para discutir o assunto com Washington.

"Vamos fazer todo o possível para conseguir antes do fim de ano um entendimento comum sobre a cooperação dos serviços de inteligência dos Estados Unidos com Alemanha e França", confirmou a chanceler alemã, Angela Merkel.

Para Hollande, é imperativo conseguir "resultados" nessas conversas, pois "a confiança é essencial entre aliados". Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, também citou a importância da confiança entre os parceiros. "Sua ausência pode prejudicar a cooperação na luta contra o terrorismo", disse. "O princípio deve ser: não se espiona, nem no futuro", assinalou Merkel, exigindo dos EUA "verdadeiras mudanças" em relação às práticas dos serviços de inteligência.

O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, explicou que os líderes da UE pactuaram uma "declaração final que se somará às conclusões do Conselho Europeu e que confirma que os europeus querem saber a verdade". Na quinta-feira, o jornal britânico The Guardian publicou que a NSA espionou as conversas telefônicas de 35 dirigentes do mundo após um alto funcionário americano entregar uma lista com os números.

De fora

O Reino Unido não vai se unir à Alemanha e à França na reavaliação das relações de inteligência com os EUA. "Eu acho que o que Angela e François querem fazer é totalmente sensato e outros países europeus estão livres para se juntar a eles", disse o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ao final da reunião de cúpula da UE.

Cameron destacou a natureza "única" da parceria entre agências de inteligência britânicas e norte-americanas e indicou que isso dificilmente vai mudar. "Para nós, acho que estamos na situação certa, mas entendo o que os outros querem fazer e apoio isso", disse Cameron, que criticou a divulgação de informações baseadas em dados vazados por Edward Snowden.

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