O ministro da Defesa Waldir Pires e seu colega francês Hervé Morin assinaram, em Paris, uma declaração de intenções para incrementar a cooperação militar e fortalecer o diálogo estratégico entre os dois países.
Pires, que se encontra na França para participar do Salão Aeronáutico de Le Bourget, onde o Brasil está representado, aproveitou a visita para "dar um passo adiante na cooperação bilateral em termos de defesa", que já recebeu um impulso no ano passado com a visita ao Brasil do então presidente Jacques Chirac.
O texto assinado em Paris se transformará em breve num acordo que se traduzirá, entre outras coisas, na formação de militares ou intercâmbio de tecnologia.
"A política de defesa do Brasil é a dissuasão, mas o Brasil tem de ser também capaz de garantir o bem-estar de seus cidadãos e a integridade territorial", recordou Waldir Pires, admitindo que hoje em dia existe uma "fragilidade" e deficiências de material nas três forças armadas, de terra, ar e mar, mas não forneceu cifras exatas.
No entanto, segundo o ministro, o Brasil é um país com "tradição de paz", cujo maior risco em termos de segurança são as desigualdades sociais.
"Estamos a tempo de construir uma verdadeira indústria no Brasil em cooperação com outros atores internacionais. No entanto, os esforços financeiros que realizamos têm de ser compatíveis com a situação de nosso povos", enfatizou.
A Embraer - "expressão vitoriosa do povo brasileiro", segundo o ministro, e terceiro construtor da aviação civil atrás da Boeing e da Airbus - e a VEM/VARIG Engenharia são duas empresas que representam o Brasil nesse importante salão mundial de aeronáutica.
No passado o Brasil comprou da França armamento de segunda mão como o porta-aviões "Foch" ou aviões Mirage 2000. Estas aquisições provocaram receio de dirigentes militares, que consideraram que, com este tipo de armamento dos anos 80, o Brasil ficaria muito atrás de vizinhos como o Chile ou a Venezuela.
Como exemplo da fragilidade da defesa brasileira, Pires recordou que nem mesmo o tráfego aéreo funciona como devia.
A crise do setor aéreo brasileiro explodiu em 2006, depois do choque na Amazônia entre o Boeing da Gol e um jato Legacy de uma empresa de táxi aéreo americano, no qual morreram 154 pessoas.
"Todos os setores devem contribuir para solucionar este problema", afirmou o ministro.
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