O Reino Unido e a França anunciaram nesta quinta (20) um reforço conjunto na segurança no túnel do Canal da Mancha, incluindo uma nova força policial para identificar traficantes de pessoas.
Londres ainda pretende investir 10 milhões de euros para ajudar refugiados em busca de asilo – e mandar de volta os imigrantes que não se encaixam neste perfil.
As medidas devem amainar as tensões diplomáticas que surgiram em função da crise humanitária no porto francês de Calais, o qual, neste verão europeu, recebeu um fluxo de migrantes muito maior do que o esperado.
As medidas anunciadas concentram-se mais no policiamento do que nos esforços humanitários.
A secretária de Assuntos Internos britânica, Thereza May, e seu colega francês, Bernard Cazeneuve, visitaram o túnel juntos e anunciaram planos para um aumento “substancial” no número de agentes de segurança, além de cercas mais altas, mais câmeras de segurança, iluminação e tecnologia de detecção por infravermelho - a maioria dos imigrantes que tentam cruzar o túnel se escondem nos caminhões antes de estes serem embarcados nos trens.
Desde junho, ao menos dez imigrantes morreram tentando cruzar o túnel. França e Reino Unido se acusaram mutuamente, nas últimas semanas, de não estarem fazendo o suficiente para gerenciar a crise.
Estima-se que cerca de 3.000 imigrantes estejam acampados em Calais, a maioria em condições precárias de saneamento.
Refugiados e outros
Thereza May fez questão de distinguir os imigrantes, em seu discurso, entre refugiados que estão fugindo da guerra ou de perseguições e aqueles que chegam exclusivamente de olho em melhores perspectivas econômicas.
Os dois países anunciaram um centro de comando policial conjunto para rastrear redes de tráfico de seres humanos.
Seguranças britânicos da fronteira também vão se encontrar com imigrantes para dar “uma visão mais dissuasiva e realista da vida de imigrantes ilegais” no país, segundo comunicado.
O custo total das novas medidas não foi revelado, mas Londres prometeu destinar 5 milhões de euros a mais por ano nos próximos dois anos, para o novo projeto.
Atualmente, o monitoramento em Calais é feito por 400 câmeras de segurança, 200 guardas franceses e outros 500 membros de forças de segurança ao redor da entrada do túnel, cuja operação é feita pela iniciativa privada.
Não está claro se, com as novas medidas, agentes britânicos irão atuar em território francês.
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