A França enfrenta uma grande greve de transportes contra a proposta de reforma da Previdência defendida pelo presidente Emmanuel Macron. Nesta quinta-feira (5), 90% dos trens que de alta velocidade não operarão, a Air France cancelou 30% dos voos domésticos e 15% dos voos dentro da Europa, 11 das 16 linhas de metrô de Paris foram fechadas e muitas escolas em todo o país tiveram as aulas suspensas, já que os professores também estão protestando contra a reforma.
A greve desta quinta-feira deve ser a maior em décadas e será mais um teste para o presidente Emmanuel Macron, que está levando adiante os planos de reforma do sistema de aposentadoria da França, apesar das críticas dos poderosos sindicatos franceses. Depois de meses de manifestações dos "coletes amarelos" contra a desigualdade social, que surpreenderam o governo no ano passado, as paralisações desta quinta-feira devem atrair multidões ainda maiores.
A proposta de reforma
O objetivo de Macron é padronizar os 42 esquemas de aposentadoria diferentes que existem na França em um único sistema baseado em pontos que calcularia as pensões para todos os funcionários da mesma maneira. Alguns desses esquemas existentes, como os dos condutores de metrô de Paris, permitem que certos trabalhadores se aposentem aos 52 anos e recebam pensões mensais de aproximadamente US$ 4.100.
Críticas
Os críticos de Macron, principalmente os sindicatos, insistem que um único sistema visaria injustamente os menos favorecidos, penalizando as pessoas que passaram por um tempo desempregadas em um país onde as taxas de desemprego permanecem relativamente altas – 8,7% no primeiro trimestre de 2019, segundo Insee, da França agência nacional de estatística.
No passado, nenhum dos antecessores de Macron conseguiu alcançar uma reforma tão extensa ao que muitos vêem como uma joia da coroa do extenso sistema de assistência social da França.
Na última vez em que o governo francês tentou reformas semelhantes, em 1995, milhões foram às ruas durante semanas de greves que fecharam o país e forçaram o então presidente Jacques Chirac a recuar no que se tornou uma derrota política.
Por enquanto, Macron não mostra sinais de recuar. Suas reformas de aposentadoria fizeram parte de seu discurso de campanha em 2017, uma eleição que ele ganhou com grande vantagem.
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