O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, pediu nesta terça-feira (18) que a Rússia faça todo o possível para evitar um conflito armado com o Irã.
"Deve se fazer de tudo para evitar a guerra", disse o chanceler em uma entrevista coletiva conjunta com o colega russo Serguei Lavrov. "É preciso negociar, negociar, negociar, sem descanso", acrescentou.
"Eu disse que o pior seria a guerra (...) Não se pode ser mais pacífico do que eu, mas não se pode tapar os olhos", completou o ministro das Relações Exteriores da França, retomando as declarações de domingo sobre um risco de guerra contra o Irã.
O chefe da diplomacia russa se mostrou "preocupado" com a referência a um risco de guerra contra Teerã por parte do colega francês.
"A Rússia se preocupa com as múltiplas informações segundo as quais estão sendo estudadas seriamente na região ações militares contra o Irã", declarou Lavrov.
EUA dão apoio
Os Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira (17) que concordam com as palavras do chanceler francês sobre a possibilidade de uma guerra contra o Irã caso o país não suspenda seu programa nuclear, apesar de preferir a via diplomática.
"A França tem os mesmos objetivos que nós: que o regime iraniano não possua armamento nuclear", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack.
As afirmações de Koucher "mostram a seriedade da posição francesa", destacou.Contudo, "continuamos acreditando que podemos fazer muito através da diplomacia", disse.
"Os iranianos sentem que a pressão está aumentando em razão destes esforços (diplomáticos). Não mudaram de idéia, mas sentem a pressão aumentar", acrescentou.
Koucher disse no domingo que "é preciso se preparar para o pior", ou seja, uma guerra, caso o Irã não desista de seu programa nuclear, e pediu a elaboração de sanções européias, mesmo fora da ONU, contra Teerã.
Sem levar a sério
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou nesta terça-feira que não dá importância às declarações do ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, sobre o risco de guerra caso as sanções contra o programa nuclear do Irã não apresentem resultados.
"Não levamos a sério estas declarações. As declarações midiáticas são diferentes das posturas reais", disse Ahmadinejad à imprensa na saída do Parlamento em Teerã.