Taxistas parisienses pararam em greve contra aplicativo Uber, na semana passada| Foto: JS//PHILIPPE WOJAZER

A polícia da França prendeu nesta segunda-feira (29) dois diretores do aplicativo Uber no país. O programa permite que motoristas não profissionais encontrem passageiros e os transportem em seus carros particulares.

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As atividades da empresa são alvo de uma investigação do governo francês, que a acusa de oferecer transporte de passageiros sem pagar impostos. As autoridades também são pressionadas pelos taxistas oficiais.

O diretor-geral da empresa na França, Thibaud Simphal, e o diretor para a Europa Ocidental, Pierre-Dimitri Gore Coty, tiveram a prisão preventiva decretada para serem interrogados sobre as atividades do Uber.

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A investigação sobre o Uber foi aberta em novembro. Em março, policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na sede da empresa em Paris. Foram levados documentos, computadores e telefones celulares da equipe.

A Promotoria também investiga se o Uber recolhe dados de seus usuários ilegalmente. Quando se instalou no país, a empresa não pediu autorização da Comissão Nacional de Informática e Liberdade para a coleta de informações.

Caso considerados culpados pelos três crimes, os diretores do aplicativo poderão ser condenados a até cinco anos de prisão e a empresa terá que pagar multa de até 300 mil euros (R$ 1,04 milhão).

Pressão

O processo faz parte de uma pressão do governo francês contra o Uber. Na última sexta (26), o presidente François Hollande pediu o fechamento do aplicativo no país por “não respeitar nenhuma regra social e fiscal”.

A declaração foi feita um dia após milhares de taxistas bloquearem os acessos aos aeroportos do país em protesto contra o aplicativo, que, na maioria dos casos, cobra mais barato pelas corridas que os motoristas oficiais.

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Os motoristas do Uber também não são obrigados a pagar impostos ou taxas governamentais por sua atividade e não precisam seguir as 250 horas de formação exigidas aos taxistas.

Durante horas, passageiros que se dirigiam aos aeroportos de Orly e Charles de Gaulle ficaram presos nas estradas. Os manifestantes também agrediam motoristas acusados de fazerem transporte irregular e quebravam seus carros.