O governo francês anunciou nesta segunda-feira a prisão do suposto comandante militar do ETA (Pátria Basca e Liberdade), no maior golpe contra o grupo separatista basco nos últimos meses.
Garikoitz Aspiazu Rubina, conhecido como "Txeroki" ou "Cherokee", foi preso na região dos Pirineus (sudoeste da França, perto da fronteira com a Espanha), segundo nota do Ministério do Interior francês, que erroneamente grafa seu nome como Asiazu.
O suspeito, de 35 anos, é acusado de comandar algumas das unidades do ETA. No esconderijo de "Txeroki" foram encontrados uma arma, documentos e um computador. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, elogiou a prisão, apontando-a como fruto da cooperação entre as políticas francesa e espanhola.
O ministério do Interior disse que Aspiazu é suspeito de assassinar dois guardas civis espanhóis em dezembro passado. Fontes de segurança citadas pela imprensa espanhola dizem que o militante também foi o mentor do atentado com um carro-bomba que matou duas pessoas em dezembro de 2006 no aeroporto de Madri - fato que levou à suspensão de um processo de paz com o governo espanhol.
"Esta prisão demonstra novamente o resoluto compromisso da polícia e da 'gendarmerie' da França na luta contra todas as formas de terrorismo, e ilustra mais uma vez a excelente cooperação entre França e Espanha na luta contra o terrorismo basco", disse a nota.
O primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodríguez Zapatero, disse que Texroki foi o chefe operacional das unidades de ataque a bomba do ETA durante vários anos.
"Com essa detenção o ETA sofreu um golpe severo na sua organização e capacidade. Hoje, o ETA é fraco", disse Zapatero em entrevista na capital espanhola.
Vários dirigentes do ETA têm sido presos recentemente, mas esta é aparentemente a captura mais importante desde a prisão do então comandante Francisco Javier López Peña, em maio, na cidade francesa de Bordeaux.
Mas, apesar das prisões e das garantias do governo espanhol sobre a quase neutralização do ETA, o grupo continua realizando explosões.
O grupo separatista basco quer criar um território independente no norte da Espanha e sudoeste da França, desde os anos 1960. Os separatistas já mataram mais de 800 pessoas em quatro décadas de atividade.
Os bascos vivem no norte da Espanha e do sudoeste da França. A atividade do ETA é mais intensa na parte espanhola, onde as províncias bascas já têm considerável autonomia, inclusive em áreas como saúde, educação e promoção do idioma nativo.
Aparentemente, o ETA está cada vez mais isolado por parte do povo que deveria representar. Pesquisas indicam que a maioria dos bascos é contra a independência, e há relatos na imprensa de discordâncias graves entre o ETA e seu braço político, o proscrito partido Batasuna.
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