O governo da França aprovou nesta segunda-feira um projeto de lei que solicita ao Parlamento a ampliação por três meses das medidas de emergência implantadas no país para fazer frente à onda de distúrbios urbanos que começaram em 27 de outubro, na periferia de Paris, e se alastraram pelo país.
O aval do governo foi dado após o país viver a décima oitava noite consecutiva de violência, quando 284 carros foram incendiados e cinco policiais ficaram feridos.
O porta-voz do governo, Jean-François Copé, disse que o presidente Jacques Chirac tinha afirmado em uma reunião de gabinete especial que a extensão das medidas seria "estritamente temporária". Inicialmente, a medida vigoraria até 20 de novembro.
O governo conservador francês enviará esta semana à Assembléia Nacional o projeto de lei para que as medidas de emergência, inicialmente previstas para durar 12 dias, sejam estendidas por mais três meses a partir de 21 de novembro, quando expiram as atuais. A aprovação é dada como certa, já que o governo tem maioria no Parlamento.
Um dos principais dispositivos da lei do estado de emergência a que recorreu o Executivo é a possibilidade de que os prefeitos possam decretar o toque de recolher, algo que tem sido feito em cerca de 40 cidades.
- A decisão de recorrer a este procedimento um pouco excepcional tem permitido uma tomada de consciência e lembrar aos país sua obrigações com seus filhos - defendeu o porta-voz.
- É importante que os prefeitos possam ter meios de atuar durante um período limitado mas suficientemente longo para garantir que não sejam repetidos os atentados graves à ordem pública - argumentou Copé.
Na noite passada foram queimados em toda a França 284 veículos, 68 deles na periferia de Paris e os demais no resto do território, enquanto que 115 pessoas foram detidas, segundo o balanço definitivo de hoje dado pela polícia.
Cinco policiais ficaram feridos na décima oitava noite de violência, indicou a polícia. Na noite de sábado para domingo, houve 374 veículos queimados e 212 detidos.
O presidente da França, Jacques Chirac, fará na noite desta segunda-feira um pronunciamento à nação sobre a onda de distúrbios urbanos que atinge o país desde o último dia 27 de outubro. Chirac tem sido muito criticado por sua falta de empenho em solucionar a crise.