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O primeiro-ministro da França, François Fillon, disse nesta terça-feira (21) que a União Europeia (UE) precisa de um plano mais amplo para combater acampamentos ilegais de ciganos e a prática da mendicância infantil, fenômenos que ele descreveu como "pragas do século 19".

Ao mesmo tempo, a comissária de Justiça da UE, Viviane Reding, manteve suas preocupações sobre a expulsão de mais de mil ciganos da França nas últimas semanas. Ela disse também que sua equipe concluirá em 29 de outubro a análise que faz sobre se a França violou a lei europeia e expulsou injustamente os ciganos, que são cidadãos romenos e búlgaros.

O impasse entre a França e a liderança da UE atraiu a atenção para os ciganos do Leste Europeu, ou "Roma", que são uma das minorias mais maltratadas e marginalizadas. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, provocou forte crítica da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Vaticano por causa das expulsões, mas insiste que Paris está combatendo a imigração ilegal e diz que os acampamentos ilegais dos "Roma" estão cheios de crimes.

A França advertiu a Comissão Europeia contra o organismo tomar decisões "apressadas" para levar o país aos tribunais por causa das expulsões. Ele defendeu o desmantelamento de acampamentos "favelizados" de ciganos romenos e búlgaros. "A mendicância forçada, feita por crianças muito pequenas, nas ruas das nossas cidades, quem pode tolerar isso?", disse Fillon, em discurso. "A política precisa ser baseada na integração das populações mais vulneráveis nos seus países de origem, usando parte dos bilhões de euros dados a esses países pelo orçamento europeu", acrescentou o ministro francês.

Fillon não nomeou nenhum país específico, mas parecia apontar o dedo para a Romênia e a Bulgária, os mais novos integrantes do bloco europeu e de onde vieram a maioria dos ciganos que montaram acampamentos na Europa Ocidental. Embora cidadãos romenos e búlgaros, como cidadãos europeus, tenham o direito de viver na França e em qualquer outro país da Europa Ocidental, eles precisam provar que têm emprego e residência fixas após três meses de estadia.

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