O governo francês enviou uma equipe extra de 100 soldados ao Mali, depois que forças do governo local e separatistas tuaregues voltaram a entrar em conflito nesta quarta-feira (21), em Kidal, no Norte do país, deixando oito mortos, entre eles seis funcionários do governo nacional.
"Forças serão deslocadas de Abdijan [na Costa do Marfim] para Gao [no Mali]", afirmou o porta-voz do governo, Gilles Jaron.
Na última terça-feira (20), o governo francês adiou planos de deslocar 3 mil soldados para combater militantes na região africana do Sahel, afirmando que combater a violência no Norte do Mali era uma prioridade. Com o novo envio, o número de soldados franceses no país chega a 1.700.
Nesta quarta (21), separatistas tuaregues rebateram uma tentativa do Exército nacional do Mali de tomar sua fortaleza em Kidal, e tomaram o controle de Menaka, outra cidade do Norte do país, deixando o governo do presidente Ibrahim Boubacar Keita numa situação difícil. Os novos confrontos colocam em risco os esforços para encontrar uma solução pacífica para o longo ciclo de rebeliões tuaregues no deserto na região. O último levante tuaregue, em 2012, levou o Mali ao caos quando grupos islamistas ligados à Al Qaeda se apoderaram da revolta, tomando o controle do Norte do país. Em 2013, a operação militar Serval, comandada pela França, os retirou da região.
Os confrontos também representam um risco aos planos da França e dos países da África Ocidental de combater as milícias islamistas que atuam na região, consideradas uma ameaça aos investimentos estrangeiros e à instalações de petróleo e gás no Norte da África.
Em um comunicado, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu a implantação imediata de um cessar-fogo no país.
"Temos o controle do gabinete do governador regional, da base militar e da fortaleza de Kidal", afirmou Attaye ag Mohamed, porta-voz do grupo rebelde Movimento Nacional de Libertação do Azauad (MNLA). "Dois de nossos combatentes foram mortos e outros oito ficaram feridos."
O embaixador francês nas Nações Unidas, Gerard Araud afirmou pelo Twitter que o governo nacional não informou a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Mali (Minusma), nem a Serval sobre a operação. "É um assunto interno do Mali", afirmou Araud.
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