A França ordenou a retirada do seu embaixador da Itália, anunciou nesta quinta-feira, 7, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês. A decisão ocorre após o vice-primeiro-ministro italiano, Luigi di Maio, participar de uma reunião com membros dos coletes amarelos, que organizam protestos contra o governo de Emmanuel Macron desde novembro do ano passado.
O embaixador francês foi chamado de volta para "consultas", disse a representante da chancelaria, Agnes von der Muhll, exigindo que a Itália voltasse a ter relações amigáveis dignas "do nosso destino comum". Segundo ela, a França "tem sido, por meses, alvo de ataques repetidos e sem fundamento".
Nesta semana, Di Maio, se encontrou com apoiadores dos coletes amarelos que pretendem participar das eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para maio deste ano. O italiano afirmou que o seu movimento populista está pronto para ajudar os manifestantes antigovernamentais da França, acusando Paris de incentivar a crise migratória pelo continente e de criar a pobreza na África.
Agnes considerou "inaceitável" a interferência na democracia francesa e sem precedentes desde que os dois países vizinhos se juntaram após a 2ª Guerra para criar a União Europeia. "Ter discordâncias é uma coisa, mas manipular um relacionamento para fins eleitorais é outra", acrescentou o ministério francês.
O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, respondeu que está disposto a começar do zero a sua relação com o presidente Emmanuel Macron, contanto que o francês esteja disposto a "rever três questões fundamentais": parar de enviar imigrantes de volta para a Itália, interromper as demoradas checagens na fronteira e entregar cerca de 15 militantes de esquerda que conseguiram asilo na França nas décadas passadas.
O Ministério de Relações Exteriores da Itália não fez comentários sobre a decisão francesa, algo que, segundo um diplomata, não acontecia desde 1945. (Com agências internacionais)
Como a eleição de Trump afeta Lula, STF e parceria com a China
Alexandre de Moraes cita a si mesmo 44 vezes em operação que mira Bolsonaro; acompanhe o Entrelinhas
Policial federal preso diz que foi cooptado por agente da cúpula da Abin para espionar Lula
Rússia lança pela 1ª vez míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia
Deixe sua opinião