Paris - A França concederá permissão de residência aos estrangeiros que façam uma "contribuição econômica excepcional", como a criação ou preservação de pelo menos 50 empregos, ou invistam pelo menos 10 milhões de euros (US$ 14 milhões) no país, segundo um decreto oficial publicado ontem.
"Será considerado como aquele que aporta uma contribuição econômica excepcional na França o estrangeiro que, pessoalmente ou por meio de uma empresa que dirija ou na qual tenha o controle de pelo menos 30% do capital, reúna uma das duas condições (investir 10 milhões de euros ou criar 50 empregos)", completa o decreto do governo Nicolas Sarkozy.
A medida faz parte de uma série de decisões que o governo tomou para regularizar a imigração no país.
Ao mesmo tempo em que anunciou as condições para permissão de residência a estrangeiros, o governo desistiu de uma de suas medidas mais polêmicas: o teste de DNA para os imigrantes que tentam provar vínculos de sangue para entrar na França. Parte da lei sobre o controle da imigração, aprovada pelo Parlamento em 2007, a disposição prevê a análise do código genético para os pedidos de reagrupamento familiar e nos casos em que é difícil provar a filiação por ausência de censos ou documentos confiáveis.
Segundo o ministro da Imigração da França, Eric Besson, há tantas restrições para a utilização da medida que ela simplesmente não é aplicável. O recurso ao DNA foi um dos aspectos mais questionados quando da aprovação da lei.
De acordo com estatísticas oficiais, há cerca de 5 milhões de estrangeiros na França, 30% dos quais considerados ilegais pelo governo. A população total é 60,9 milhões de pessoas. Desde 2005, crescem os movimentos pela legalização dos imigrantes no país.