Soldados franceses preparam equipamento na base aérea de Bamako, no Mali| Foto: REUTERS/Joe Penney

A França vai terminar sua intervenção no Mali assim que a estabilidade voltar ao país da África Ocidental, disse nesta terça-feira (15) o presidente francês, François Hollande, levantando o prospecto de uma operação prolongada e cara contra rebeldes ligados à Al Qaeda.

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A França enviou centenas de soldados ao Mali e vem lançando ataques aéreos desde sexta-feira na metade norte do país, onde Estados regionais e ocidentais temem que possa se tornar uma base para ataques de militantes islâmicos na África e na Europa.

Milhares de soldados africanos estão prontos para assumir o controle da ofensiva, mas exércitos regionais lutam para acelerar a operação, prevista só para daqui a alguns meses, que foi introduzida pela campanha de bombas da França, cujo objetivo era parar um avanço rebelde sobre uma cidade estratégica na semana passada.

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"Temos um objetivo. Garantir que quando sairmos, quando terminarmos nossa intervenção, Mali estará segura, com autoridades legítimas e um processo eleitoral e sem terroristas ameaçando o seu território", disse Hollande em entrevista coletiva de imprensa durante visita aos Emirados Árabes Unidos.

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, que acompanhava Hollande, disse que a ofensiva contra os rebeldes do Mali poderia levar algum tempo e que o nível atual de envolvimento francês poderia durar semanas. As eleições, no entanto, levarão meses para serem organizadas.

Aviões franceses atingiram rebeldes com bombardeios e uma coluna de dezenas de veículos blindados franceses andava pela empoeirada capital ribeirinha de Bamako durante a noite, elevando para cerca de 750 o número de soldados franceses no Mali.

Paris disse que planeja enviar 2.500 soldados para a sua ex-colônia para incrementar o Exército do Mali e trabalhar com a força de intervenção fornecida pelos Estados da África Ocidental.

Chefes da Defesa dos países da África Ocidental se reuniram em Bamako nesta terça-feira para aprovar planos de acelerar o envio de 3.300 soldados regionais, previstos em um plano de intervenção apoiado pela Organização das Nações Unidas e que será liderado pelos africanos.

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Nigéria

A Nigéria prometeu enviar soldados em 24 horas e a Bélgica disse que estava enviando helicópteros e aviões de transporte para ajudar, mas os exércitos da África Ocidental precisam de tempo para se tornar operacionais.

O norte do Mali, uma região vasta e inóspita de deserto e montanhas do tamanho do Texas, foi tomada no ano passado por uma aliança islamista que reunia a ala norte-africana da Al Qaeda, AQIM, com o grupo MUJWA e os rebeldes nativos Ansar Dine.

Qualquer atraso no seguimento dos bombardeios aéreos franceses das bases e depósitos de combustível islamistas com uma ofensiva terrestre poderia fazer com que os insurgentes escapassem para o deserto e as montanhas, se reagrupassem e contra-atacassem.

Os rebeldes, que segundo oficiais franceses estão bem armados, mostraram que podem revidar, desalojando forças do governo de Diabaly, a 350 quilômetros de Bamako, na segunda-feira.

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Os moradores disseram que a cidade ainda estava sob o controle islamista nesta terça-feira, apesar dos vários bombardeios que sacudiram as casas.

Uma testemunha ocular perto de Segou, no sul, disse à Reuters ter visto 20 soldados das Forças Especiais francesas dirigindo em direção a Diabaly.

Os moradores do Mali receberam bem a intervenção francesa, depois de verem seu Exército sofrer uma série de derrotas pelos rebeldes.

"Com a chegada dos franceses, começamos a ver a situação no fronte evoluir a nossa favor", disse Aba Sanare, morador de Bamako.

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