Bloqueio
Israel intercepta embarcação que se dirigia a Gaza com ativistas
Agência Estado
A Marinha de Israel interceptou ontem duas embarcações estrangeiras que levavam a bordo ativistas pró-palestinos que pretendiam romper o bloqueio naval imposto pelo Estado judeu à Faixa de Gaza. Os dois barcos transportavam 27 ativistas de 9 países e a Marinha levou as embarcações para um porto israelense logo ao norte da Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro do Hamas, Ismail Haniyeh, fez um discurso após as preces de ontem e enviou um recado aos ativistas: "A mensagem de vocês foi entregue, cheguem a Gaza ou não. O bloqueio é injusto e precisa acabar", afirmou.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, defendeu o bloqueio naval, "o qual é legítimo e foi reconhecido pelas Nações Unidas".
Quinze ativistas estavam a bordo do navio Irish Saoirse e outros 12 a bordo do Canadian Tahrir, que zarparam da Turquia na quarta-feira. Segundo os organizadores, cinco dos que estavam a bordo do Tahrir são jornalistas.
O Ministério das Relações Exteriores da França confirmou ontem que o país se absterá no caso de uma votação no Conselho de Segurança sobre a demanda de adesão de um Estado da Palestina na ONU.
Antes, o Reino Unido e a Colômbia, dois países aliados dos Estados Unidos, já haviam anunciado uma provável abstenção em relação à candidatura palestina.
Romain Nadal, porta-voz adjunto do ministério francês lembrou que a tentativa dos palestinos "não tem chance alguma de ser bem-sucedida no Conselho de Segurança" em razão da oposição declarada dos Estados Unidos, que utilizarão seu direito de veto.
Romain Nadal lembrou ainda que, diante da Assembleia Geral da ONU, no dia 21 de setembro, o presidente Nicolas Sarkozy propôs "uma solução realista, que daria à Palestina o status de Estado observador não membro das Nações Unidas", o que permitiria uma adesão dos palestinos em agências especiais da ONU.
Insistência
O chanceler Riyad al Malki disse que os palestinos não desistirão da filiação plena à ONU e rejeitam a promoção ao status de Estado observador na entidade. Os palestinos formalizaram seu pedido de adesão em setembro, contrariando os alertas em contrário dos Estados Unidos e de Israel, que dizem que o reconhecimento da Palestina independente deve ocorrer por meio de negociações.
Washington já disse que usará seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para impedir a adesão palestina à entidade.
Por causa da solicitação palestina de adesão à ONU, o Congresso dos Estados Unidos congelou US$ 200 milhões em ajuda à Autoridade Nacional Palestina (ANP). Israel, por sua vez, suspendeu nesta semana o repasse de impostos cobrados em nome da Autoridade Palestina, como retaliação pela recém-aprovada adesão plena da Palestina à Unesco, agência científico-cultural da ONU. Os Estados Unidos também cortaram verbas destinadas à Unesco.