Enquanto os governos se apressam para iniciar campanhas de vacinação contra a gripe H1N1, um homem do oeste da França lançou sua própria iniciativa contra a epidemia - o uso da linguagem de sinais.
Hubert Chalet, um dos fundadores da entidade Fais-Mois Signe (algo como "Faça-me um sinal"), voltada para deficientes auditivos, propõe o uso de sinais para substituir o costume francês de cumprimentos com contato físico.
"E se substituíssemos o beijo no rosto e os apertos de mão por uma linguagem imaginativa e colorida como a linguagem de sinais?", perguntou Chalet à Reuters por telefone de Nantes, no oeste da França.
Ele recomenda que os noticiários de TV ensinem os gestos da linguagem dos surdos-mudos para frases simples, como "Oi", "Tchau", "Como vai?" e "Você está doente?".
Essas frases então poderiam ser usadas em situações coletivas - por exemplo, quando alguém tem de cumprimentar um grupo de colegas, poderia abrir mão da necessidade de "apertos de mão banais, que nem sempre são entusiásticos".
Chalet, de 69 anos, atuou durante nove anos como mediador da Fais-Moi Signe até que a ONG fechou, no ano passado.
A França começou em 20 de outubro a vacinar profissionais da saúde, e a partir da primeira semana de novembro a população será imunizada contra o H1N1. Desde o início da epidemia a França já teve 34 mortes relacionadas à gripe suína. O contato físico é determinante na transmissão da doença.
Promover a linguagem dos sinais também ajudaria a aproximar os deficientes auditivos das pessoas que escutam, acrescentou Chalet, sugerindo que adultos com deficiência auditiva poderiam ser empregados em escolas e empresas para ensinar o básico dessa linguagem.
Chalet enviou sua proposta à prefeitura de Nantes, mas ainda não teve resposta. "Há instituições especializadas (...) em toda a França para difundir as regras básicas da linguagem de sinais", disse ele. "Posso sonhar, não posso?"